Inspirada há vários anos a doar sangue pelo pai, Patrícia Duarte incute agora este gesto nos seus dois filhos, que a acompanharam ao Hospital de S. João (Porto), na manhã de sexta-feira. Há sete anos que não o fazia, por questões de saúde, mas a vontade de contribuir, "pelas causas, pelas pessoas que precisam de sangue", foi mais forte.
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Patrícia Duarte, 36 anos, regressou ao Banco de Sangue do Hospital S. João, a unidade hospitalar campeã de colheitas de sangue. O hospital obteve 18 402 unidades em 2021, mais 7323 unidades do que o Centro Hospital e Universitário de Coimbra, que surge em segundo lugar [ver infografia]. Mesmo em ano de pandemia, o S. João manteve as dádivas constantes nos últimos anos, realçou a diretora do Serviço de Imuno-Hemoterapia.
O segredo, revelou ao JN Maria do Carmo Koch, passa por manter uma relação próxima com os dadores, contactando-os e disponibilizando informação, através de mensagens e emails.
Quebra de 40%
Em março de 2020, a pandemia pôs o hospital à prova. Com uma quebra de 40% no número de dadores, foi preciso garantir a segurança da doação de sangue com a covid-19. Os telefonemas aos dadores regulares, dando nota das regras implementadas para garantir a segurança dos procedimentos, foram cruciais. A atividade nas redes sociais e a comunicação social também ajudaram, contou a responsável.
A doação de sangue faz parte da rotina de Luís Miguel Barroso, maiato de 42 anos. Consciente da importância da dádiva, procura cativar a família e os amigos para o que considera ser "das coisas mais importantes que pode haver". Tal como Patrícia, Luís esteve alguns anos sem doar. Quando voltou ao S. João, disponibilizou-se também para doar plaquetas, um componente sanguíneo importante para, por exemplo, procedimentos relacionados com a reparação de vasos sanguíneos ou a cicatrização de feridas dos doentes.
Seja por doença, cirurgias ou acidentes, todos os dias há milhares de pessoas a precisar de sangue. A doação é um gesto "de valor incalculável, salva vidas", realça Maria do Carmo Koch. "O sangue é uma terapêutica que não tem substituto e, portanto, nós dependemos da vontade das pessoas e dos dadores de sangue para tratar dos doentes", acrescentou a diretora. v