Análises realizadas a vítimas mortais mostram aumento de alcoolemia ao volante. Especialistas pedem mais fiscalização e introdução de sistema que bloqueia carro.
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As vítimas mortais de acidentes rodoviários com uma taxa de álcool igual ou superior ao permitido por lei para conduzir (0,5 g/l) estão a aumentar em Portugal, segundo as autópsias realizadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF). O aumento é muito notório nos peões: no ano passado, 27,7% tinham 1,2 g/l ou mais de álcool no sangue, uma quantidade considerada crime. Em 2017, a percentagem estava nos 12,2%. Os especialistas em segurança rodoviária pedem uma fiscalização apertada nas estradas e um “programa sério” contra o alcoolismo nas idades mais novas.
Alain Areal, diretor-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), destaca a “preocupação” com os números, mas diz ser preciso olhar para a globalidade dos dados e não apenas para a realidade de um ano. Entre 2017 e 2021, a percentagem de peões com uma taxa igual ou superior a 1,2 g/l de álcool no sangue esteve sempre abaixo dos 17%. No entanto, em 2022, os valores aumentaram vertiginosamente para quase 30%.