O Ministério da Administração Interna e o PSD lamentaram, nesta quinta-feira, a morte do antigo ministro social-democrata Miguel Macedo, aos 65 anos.
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"Foi com profundo pesar que o PSD recebeu hoje a notícia da morte de Miguel Macedo. Hoje, deixou-nos um homem bom", pode ler-se num comunicado do partido a que Macedo esteve ligado durante grande parte da vida. Depois de recordar alguns dos momentos mais importantes da vida política do bracarense, o partido "a direção nacional do PSD manifesta as mais sentidas condolências à família e amigos".
Considerando a morte do político como "uma perda irreparável para Portugal", em comunicado, a ministra Margarida Blasco e a equipa de secretários de Estado do Ministério da Administração Interna "lamentam profundamente a morte do ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, prestando, neste momento de pesar, uma sentida homenagem a uma figura" que marcou de forma incontornável a vida política nacional.
O ministério considera ainda que Miguel Macedo se dedicou "ao serviço público com inteligência, determinação e um inegável sentido de responsabilidade". O ex-ministro social-democrata Miguel Macedo morreu hoje aos 65 anos
O socialista António Vitorino manifestou-se “chocadíssimo com a tristíssima notícia” da morte de Miguel Macedo, recordando a relação de “enorme cordialidade e de grande cooperação” com o ex-ministro da Administração Interna do PSD.
“Fiquei chocadíssimo, eu estive com o Miguel Macedo na Assembleia da República durante algum tempo, sempre tivemos uma relação de uma enorme cordialidade e de grande cooperação em relação aos assuntos que nós partilhávamos, juristas, Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias e fico chocadíssimo com esta tristíssima notícia e gostaria de apresentar à família e ao PSD as minhas sinceras condolências”, disse António Vitorino.
O socialista, apontado como possível candidato do PS às presidenciais de 2026, que foi diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU e que atualmente preside ao Conselho Nacional para as Migrações e Asilo falava aos jornalistas à entrada para uma conferência em Cascais sobre migrações.
"Nobreza de caráter e elevação"
No Parlamento, antes do início da sessão plenária, os partidos manifestaram pesar, com o líder parlamentar do PSD a afirmar que o país perdeu "um dos seus melhores" e visivelmente emocionado, à semelhança do centrista João Almeida.
"Hoje o país perdeu um dos seus melhores. O PSD perdeu um dos seus grandes. Eu perdi um grande amigo", lamentou Hugo Soares, visivelmente emocionado. Confessando alguma dificuldade em fazer esta intervenção, considerou que hoje o país perdeu "um verdadeiro príncipe da política, alguém de uma integridade à prova de bala, de uma lealdade no combate político como era rara, de uma competência em tudo que punha, que era absolutamente ímpar".
O líder parlamentar do PSD salientou que Miguel Macedo "nunca se escondeu atrás de ninguém, no combate, na vida, nas opções políticas e pessoais que fez" e que "sofreu muito pela política e pela intervenção política que teve" mas "foi sempre capaz de enfrentar as dificuldades com nobreza de caráter e elevação".
"Numa hora como esta, em que expresso também à família as minhas mais sentidas condolências, não sei se o Miguel teria muita gente para escolher para fazer esta intervenção num momento como este. Mas tenho a certeza, e permitam-me que vos diga, que de alguns que ele pudesse escolher, ele gostava muito que fosse 'o puto', como ele me sempre chamou, a poder fazê-la", recordou, aplaudido de pé no final da intervenção.
Também emocionado, o deputado do CDS-PP João Almeida, que foi secretário de Estado de Miguel Macedo quando este era ministro da Administração Interna, afirmou que a política lhe deu "a enorme honra de servir o país sob a sua direção".
"Foram muitas horas de trabalho conjunto e muitos quilómetros percorridos pelo país", recordou, enaltecendo o seu "legado estadista" e o "extraordinário sentido de humor".
João Almeida lamentou que a política tenha sido "ingrata" com Miguel Macedo, mas afirmou que muitos agentes da autoridade e bombeiros "tiveram honra de vestir uma farda e servir o país quando tinham um ministro que zelava por eles".
"Deixa-nos cedo, mas deixa-nos muito. Deixa-nos fracos, mas deixa-nos ricos", destacou.
"Homem exemplar"
O antigo presidente do PSD Luís Filipe Menezes exprimiu hoje “o choque” pela morte do ex-ministro Miguel Macedo e lembrou o “homem bom, sensível, solidário e exemplar” com quem partilhou a bancada parlamentar do partido.
Numa publicação no Facebook, Menezes lamentou a morte do “amigo e companheiro de décadas”, Miguel Macedo, que morreu hoje aos 65 anos.
“Todos temos que morrer, mas quando morremos ainda relativamente cedo, e 66 anos com saúde é cedo para os atuais padrões, o choque é grande”, afirmou o antigo presidente da Câmara de Gaia.
Menezes recorda o “homem bom, sensível, solidário e exemplar em todos os capítulos da vida” e com quem partilhou a presidência da bancada parlamentar do PSD.
“Estivemos muitas vezes do mesmo lado nas batalhas democráticas internas, mas também nos confrontamos com veemência em outras ocasiões. Em conjunto tudo isso só cimentou a nossa amizade e grande respeito recíproco”, recorda.
Lamentando o “inesperado ataque cardíaco” de que sofreu o ex-ministro Miguel Macedo morreu, Menezes diz, no entanto, não ter sido esse, “o único assassino que o vitimou”.
“Outros ajudantes empurraram-no para este abismo. Os que o denunciaram com mentiras e lhe arruinaram a carreira política e, em parte, a profissional, os que deram corda a essas palhaçadas e o acusaram e julgaram levianamente, mantendo-o, a ele e à família, num limbo de isolamento e sofrimento quase uma década”, acusa.
“Perda extemporânea”
O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, também lamentou a morte de Miguel Macedo, falando numa “perda extemporânea”.
“Lamento muito o sucedido. Quero endereçar daqui os meus sentimentos à família e aos amigos”, disse Rui Rocha no final de uma visita à Qualifica – Feira de Educação, Formação e Juventude em Matosinhos, no distrito do Porto.
Para Rui Rocha, a morte de Miguel Macedo é uma “perda extemporânea”, contando ter sido “com profunda consternação” que soube da mesma.