Francisco chega hoje a Lisboa para a mais longa visita de um Papa a Portugal e terá um encontro com as vítimas de abusos sexuais na Igreja. Católicos desejam que fale para o povo e a hierarquia, que sugira mudanças e que aborde o papel das famílias, das mulheres e da sexualidade.
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Mais cansado, mais doente e mais preocupado: é este o Papa Francisco, 86 anos, que chega esta manhã para a mais longa visita de um Papa a Portugal, cinco anos depois de ter estado, como peregrino, no Santuário de Fátima. Também a Igreja portuguesa está diferente e em mudança, com a religião católica a perder seguidores e outras religiões, com os evangélicos no topo, a crescerem. Também a nomeação de um novo patriarca, decisão apontada para o início de setembro, e de novos bispos para algumas dioceses está a alterar a imagem que os cristãos, em particular, e a restante população, em geral, têm da Igreja.
Mas o maior problema da Igreja em Portugal terá começado com a revelação do estudo da Comissão Independente que aponta para a existência de 4800 crianças abusadas nos últimos 70 anos no nosso país. Uma ferida aberta, e ainda não sanada, que é do conhecimento do Papa e que será abordada na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com um encontro a ter lugar com as vítimas hoje, num local reservado.