O serviço de medicina intensiva e polivalente do Hospital de Gaia estará dotado, a partir desta sexta-feira, de uma unidade de cuidados neurocríticos. Resulta de um investimento de quatro milhões de euros.
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A nova unidade reforçará a capacidade de prestação de cuidados diferenciados aos cerca de meio milhar de doentes neurocríticos que recebem assistência anualmente no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.
A nova unidade, a terceira no SNS, conta com 12 camas, elevando o número de camas de medicina intensiva no hospital para 40. O investimento em equipamento "state of the art" para este tipo de cuidados diferenciados aproxima-se de 1,8 milhões de euros. A linha de investimento para a melhor resposta ao doente com patologia neurológica grave contou ainda com o reforço de recursos humanos.
"Uma unidade de cuidados neurocríticos, especializada, é essencial para oferecer o mais alto nível de cuidado a doentes com patologia neurológica grave, aumentando não só a possibilidade de sobrevivência, mas também o seu potencial de recuperação funcional", indica Igor Milet, diretor do serviço, acrescentando ainda que com esta unidade há necessidade de modificar o modelo organizativo de todo o serviço, "desenvolvendo uma cultura multidisciplinar e multiprofissional, centrada no tratamento do doente e da sua família".
Com o apoio da biotecnologia, será possível "um diagnóstico mais preciso e uma intervenção mais eficiente em situações complexas, determinantes para evitar o dano neurológico permanente, e assim melhorar o prognóstico deste grupo de doentes".
Diana Mota, diretora clínica e também médica intensivista, ressalva que "a prevalência de lesão aguda neurológica incapacitante e/ou com risco de vida imediato ou a muito curto prazo é um problema da sociedade ocidental, seja pela prevalência de doença vascular cerebral, seja pela prevalência de lesão por trauma". Para a diretora clínica, outro aspecto a valorizar será no âmbito das "decisões complexas no campo da ética, que devem envolver equipas experientes, treinadas e bem encruzadas para que resultem em melhor benefício do doente".
"A criação desta unidade é demonstrativa do compromisso que existe com os utentes e a população que serve", assegura Rui Guimarães, presidente do conselho de administração, tendo clara satisfação por "poder participar ativamente na criação desta unidade, que é mais um passo essencial na alta diferenciação".
A abertura desta unidade será assinalada com a presença dos presidentes das autarquias de Gaia e de Espinho, pelas 9.30 horas, no Hospital Eduardo Santos Silva.