Devido à crise energética e à escassez de água que o país atravessa, a Universidade Nova de Lisboa implementou medidas excecionais com o intuito de reduzir o consumo destes recursos até 20% em todos os seus espaços, frequentados diariamente por cerca de 23 mil pessoas.
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No dia 8 de setembro, o colégio de diretores da Universidade Nova de Lisboa aprovou um conjunto de medidas excecionais para reduzir o consumo de água e de energia nos seus campi. As medidas têm por base três compromissos fundamentais: a otimização dos recursos em cada um dos edifícios; a utilização eficiente dos sistemas de climatização; e o nível de manutenção dos espaços exteriores. A iniciativa inclui ainda um conjunto de recomendações de comportamentos dirigidos à comunidade académica e uma campanha de comunicação a nível externo e interno para sensibilizar o público em geral.
"Há cerca de duas semanas, quando ouvimos as notícias, pensamos que a Universidade tinha que mostrar à sua comunidade e à sociedade que deve tomar decisões para situações de emergência", explica a Pró-Reitora da Nova, Júlia Seixas. Adianta ainda que, apesar de as motivações serem distintas no que toca ao consumo de água e de energia, é fulcral que se tome uma atitude responsável para ambas.
A iniciativa é dirigida a toda a comunidade da Nova, cerca de 23 mil pessoas, e os três compromissos fundamentais já estão em prática. Incluem o encerramento do maior número possível de edifícios aos fins de semana, fixar valores máximos para os equipamentos de ar condicionado (19 ºC durante o inverno e 27 ºC no verão) e a redução de pelo menos 50% da rega de relvados.
Mudar lâmpadas por leds e usar luz natural
A campanha de comunicação destinada à sensibilização de todos continua a ser trabalhada. A Pró-Reitora adianta alguns dos pontos em que esta se vai centrar. No que se refere aos serviços da universidade, "uma das coisas a que nós apelamos é que a gestão da energia e da água saltem para a prioridade dos seus dias e, se fizer sentido, acelerar a substituição das lâmpadas por leds, assim como mobilizar os recursos para a constituição de autoconsumos coletivos (instalação de painéis solares)".
Nas mensagens durigidas aos indivíduos, a estratégia passa por normas de boas práticas comportamentais como apelar a um vestuário mais adequado à estação do ano. "No caso dos professores passa por terem a certeza que, sempre que saem da sala de aula, fica tudo desligado e nos casos em que seja possível, não utilizar definitivamente iluminação e usar luz natural", acrescenta a professora.
A Pró-Reitora da NOVA com o pelouro da Sustentabilidade adianta que a estimativa de 20% da redução do consumo de recursos prevista para os próximos anos foi trabalhada em conjunto por toda a Universidade "para intregarem o barómetro do Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública (ECO.AP)".
A universidade acredita que esta iniciativa poderá levar mais instituições a seguirem o seu exemplo. "Não vejo como é que isto não deva ser feito pelas universidades, uma vez que estas têm a responsabilidade de formar gerações que vão determinar o decurso do país nos próximos anos", afirma Júlia Seixas.