Foram escolhidos dois locais num concelho do Centro a partir dos quais fármacos serão distribuídos. Forças de segurança montam plano de proteção.
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A localização exata será mantida em segredo, por uma questão de segurança, mas será no concelho de Coimbra que serão instalados os pontos de armazenamento das vacinas contra a covid-19. Os dois locais foram escolhidos por terem acesso rápido a vias de comunicação por terra (ligação à autoestrada A1 e à linha de comboio do Norte) e ar (proximidade ao aeródromo municipal Bissaya Barreto) e por reunirem condições técnicas para guardar as vacinas.
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"Há dois espaços viáveis e já selecionados", em Coimbra, disse ao JN fonte conhecedora do plano. Coimbra foi escolhida pela sua localização central, pela qualidade dos acessos e por ter já instaladas infraestruturas que permitem armazenar as vacinas em condições de esterilização biológica e de frio exigidas.
Das seis vacinas que a Comissão Europeia negociou em nome dos estados-membros, a da Pfizer será a mais exigente do ponto de vista técnico, já que tem de ser mantida a temperaturas próximas dos 70 graus Celsius negativos. A da Moderna, que utiliza a mesma tecnologia, consegue manter-se estável a temperaturas de entre dois e oito graus Celsius, durante 30 dias.
A partir dos centros de armazenagem os fármacos serão distribuídos para todo o país. O transporte capilar, para os quatro cantos do país, ficará a cargo de empresas especializadas, como as que já fazem transporte de medicamentos. A partir de Coimbra será possível colocar as vacinas em qualquer ponto do país em poucas horas - um fator crucial para manter a integridade das que exigirem temperaturas mais baixas.
Questionado sobre se as transportadoras terão capacidade para distribuir os 22 milhões de doses comprados por Portugal, a mesma fonte referiu que serão entregues em tranches, de forma faseada, pelo que a questão da capacidade não se levanta.
Edifícios públicos
O local exato de armazenamento está a ser guardado a sete chaves. O JN apurou apenas que são edifícios públicos e não relacionados com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Ao JN, o Ministério da Administração Interna disse que estarão envolvidos a GNR, a PSP e a ANEPC e remeteu mais esclarecimentos para a pasta da Saúde. O gabinete de Marta Temido não respondeu às questões.
As primeiras vacinas poderão começar a chegar no início de 2021. Em Bruxelas, esta semana, o primeiro-ministro sugeriu aos parceiros europeus que a campanha de vacinação comece ao mesmo tempo em todos os países, a 5 de janeiro.
À lupa
Encomenda trazida por farmacêuticas
Os acordos que a Comissão Europeia assinou com seis farmacêuticas para a compra de vacinas trazem duas condições: que sejam fabricadas no espaço comunitário e que cada produtora se comprometa a transportar a sua vacina até ao local ou locais indicados por cada país.
Pfizer e Moderna com resposta em breve
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) vai pronunciar-se sobre a vacina do consórcio da Pfizer no dia 29 de dezembro. No dia 12 de janeiro será a vez da vacina produzida pela Moderna. Para já, só estes consórcios entregaram um pedido de autorização condicional à EMA.