Campanha pode arrancar a 5 de janeiro em todos os países da União, sugere António Costa. Taxa de transmissão está abaixo de 1 na média do país e a incidência baixou em Portugal.
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A vacina da covid-19 será dada em edifícios sede de juntas de freguesia e em espaços municipais como pavilhões gimnodesportivos. A "task force" que está a organizar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus, presidida por Francisco Ramos, reuniu com as associações de municípios (ANMP) e de freguesias (ANAFRE) e formalizou o pedido. Os autarcas já concordaram.
O recurso a instalações de autarquias para a vacinação contra a covid-19 só deverá concretizar-se a partir da primeira fase. Nas juntas de freguesia, Jorge Veloso, presidente da ANAFRE, explicou que os edifícios sede já têm sido utilizados como espaços de vacinação contra a gripe. "Sobretudo a Norte, há pessoas a viver a 20 quilómetros de centros de saúde, faz sentido que a vacina seja dada na Junta, mais próxima", justificou.
Da parte dos municípios, a ANMP está disponível para uma "cooperação ativa na logística" da vacinação, afirmou o presidente, Manuel Machado. Em concreto, serão disponibilizados espaços como pavilhões gimnodesportivos, das câmaras ou de coletividades, "desde que tenham as condições necessárias para vacinação".
Quer nas juntas de freguesia quer em espaços camarários, os autarcas só vão ceder "espaços comunitários", na expressão de Marta Temido, ministra da Saúde. A administração da vacina será feita por pessoal de saúde destacado pelo Serviço Nacional de Saúde e Temido admite reforçar o número de trabalhadores, bem como recorrer a voluntários.
Inscrição obrigatória
Esta semana, a ANAFRE pediu ao Conselho Nacional de Saúde que os profissionais das farmácias sejam incluídos na primeira fase da vacinação e os membros das comissões municipais de proteção civil (presidentes de Câmara e de Junta), na segunda, adiantou o vice-presidente, Jorge Amador.
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A procura pela vacina vai exceder as doses entregues a Portugal no início de janeiro e Marta Temido já assumiu que terá de "gerir alguma escassez", sobretudo na fase inicial. O arranque poderá ser a 5 de janeiro em toda a União Europeia, sugeriu o primeiro-ministro aos chefes de Estado e de Governo reunidos no último Conselho Europeu da presidência alemã (a liderança passa para Portugal em janeiro). Uma data partilhada iria garantir que todos os países recebem a vacina em simultâneo.
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Nas duas primeiras fases, serão inoculadas 3,7 milhões de pessoas, incluídas nos grupos prioritários. A partir daí, a vacina será dada por ordem de inscrição. Ou seja, os interessados terão que comunicar ao centro de saúde que querem ser vacinados, tal como já acontece com a vacina da gripe. O Governo fez saber que não serão imunizados os menores de 18 anos, as grávidas e quem já teve a doença.
Transmissão abaixo de 1
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Depois do pico, na semana de 20 de novembro, a incidência de covid-19 está a ceder e esta sexta-feira caiu em todas as regiões. As disparidades regionais, porém, continuam a existir. Nos últimos 14 dias, o Norte teve uma média de 802 novos casos por 100 mil habitantes; no Algarve, a média é de apenas 202.
A nível nacional, a taxa de transmissão está baixo de 1 (0,97), com Lisboa a situar-se ligeiramente acima (1,01). Ontem foi o dia com maior número de mortos covid no país, desde que foi declarada a pandemia.
Agência do Medicamento de olho nos efeitos adversos das vacinas
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A Agência Europeia do Medicamento (EMA) vai monitorizar os efeitos secundários das vacinas para a covid-19, pelo menos, até dois anos depois de começarem a ser administradas, 2023. Numa conferência online, os responsáveis da agência garantiram que, depois da aprovação das vacinas, haverá um longo processo de monitorização da segurança e eficácia dos fármacos, incluindo os efeitos secundários a longo prazo. Nesse âmbito, a EMA pede a todos os europeus que reportem eventuais reações adversas.
Máximo de mortes e em todo o país
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Nunca tantas pessoas tinham morrido num só dia devido à covid-19 e, pela primeira vez, todas as regiões do país têm óbitos a lamentar. Ontem, 95 pessoas perderam a vida, um número que Marta Temido diz ser consequência do pico de infeções de novembro.
Três ministros no Parlamento
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As ministras da Saúde (Marta Temido) e do Trabalho (Ana Mendes Godinho) e o ministro da Economia (Siza Vieira) foram chamados de urgência à Comissão Eventual de acompanhamento da pandemia, no Parlamento. A pedido do CDS-PP, vão fazer o ponto de situação do combate à covid-19. As audições ainda não têm data.