André Ventura negou, este sábado, a existência de "financiamentos proibidos" nas contas do Chega de 2019 e, para dar provas de transparência, o partido enviou ao JN e a outros órgãos de informação as listas de donativos recebidos entre 2020 e 2023, ressalvando que 2019 pode ser consultado na Entidade das Contas.
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O presidente do Chega reagiu a uma reportagem da TVI segundo a qual a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) encontrou indícios de "incumprimento da lei dos donativos" e "eventuais financiamentos proibidos" que remontam a 2019. Na mesma notícia de sexta-feira, é referido que o partido não entregou as listas de donativos referentes a 2021 e 2022.
À margem da campanha, André Ventura desmentiu a existência de irregularidades e explicou que, no ano da formação, o partido tinha um sistema "de mera transferência, ou seja, não era um sistema que recolha documentos". Explicou que não foi possível identificar a origem de algumas transferências e o partido pediu ao banco esses dados, em alguns casos sem sucesso.
"Houve alguns casos em que o banco se recusou a fazê-lo e, portanto, nós não podemos fazer mais nada", argumentou, acrescentando que "se não o fizerem até este processo estar fechado", poderá "reportar ao Ministério Público".
O "Chega mudou o seu sistema de faturação e de donativos" para um "muito mais avançado" e "completo", que "todos os meses manda para as Finanças todos os que fazem donativos", referiu depois o líder do partido. E garantiu que, "todos os meses, a Autoridade Tributária recebe todos os que fazem donativos ao Chega, com os nomes, NIF [número de identificação fiscal] e etc.".
"O Chega é o partido mais transparente de Portugal e entrega todos os meses isso à Autoridade Tributária e, digo mais, se vocês quiserem será entregue a vocês", afirmou, tendo depois as lista sido enviadas ao JN e outras orgãos de informação que as solicitaram.
Questionado sobre se enviou à ECFP as listas com os remetentes dos donativos, André Ventura respondeu que "a Entidade de Contas manda fazer a auditoria e tem esses documentos sempre que faz auditorias".
"A auditoria que está a decorrer neste momento tem acesso a todos os doadores do Chega, é falso dizer-se que há qualquer suspeita escondida", assegurou, dizendo que "o Chega é o partido mais transparente de Portugal".