O INEM encaminhou, no ano passado, 6876 doentes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC) para os hospitais mais adequados, através da Via Verde do AVC, o que representa uma média de 19 casos diários. Amanhã assinala-se o Dia Nacional do Doente com AVC.
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O recurso a esta Via Verde, que pretende acelerar o socorro, tem vindo a aumentar desde 2015, altura em que se registaram 3115 casos, revelou o INEM. No ano passado foram contabilizados 6876 casos, mais 1060 do que em 2021. Já este ano, até ao passado dia 29, estavam referenciadas 1815 situações.
O distrito do Porto é o que tem o número mais elevado de casos encaminhados através desta via, num total de 1456 doentes em 2022. Seguem-se Lisboa (1267) e Braga (537).
A idade média dos doentes incluídos na Via Verde do AVC em 2022 é de 73 anos. Do total de casos registados, 49.3% são do sexo feminino e 46.8% do sexo masculino (nos restantes casos a informação não está disponível).
Ligar 112
Vítor Tedim Cruz, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), alerta para a importância de as pessoas reconhecerem os sinais que indiciam um AVC, tais como "a alteração na fala, na face e na força num dos membros do corpo".
Quando isso acontece deve ser acionada a Via Verde. Para isso, é preciso "ligar para o 112, para a pessoa ser encaminhada para o hospital mais próximo que faz os tratamentos necessários e o médico estar preparado para o receber", avisa a neurologista Diana Aguiar de Sousa, membro da SPAVC.
De acordo com a especialista, os acidentes vasculares cerebrais mantêm-se, em Portugal, como a primeira causa de morte e a principal causa de incapacidade em adultos. Em 2020, segundo dados do INE, ocorreram 11 439 mortes por AVC, uma subida de 4,2% em relação ao ano anterior.
Para ajudar a prevenir o AVC recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco, a vida sedentária e ter especial atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.