O vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses Ribau Esteves, também presidente da Câmara de Aveiro, considera "ridículo" as Câmaras pretenderem gerir refugiados, porque essa competência é do Governo.
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"Eu não quero participar no folclore nacional de que um dá uma cama, outro dá um pavilhão, outro ainda dá apartamentos. Acho isto ridículo e não vale a pena as câmaras quererem gerir os refugiados, porque quem gere este processo são os governos dos países", disse.
Em declarações à agência Lusa, Ribau Esteves considerou que só a aproximação de eleições pode explicar a "histeria" em torno do problema dos refugiados e salientou que é ao Governo e não às autarquias que cabe gerir o processo, tendo estas a obrigação institucional de colaborar.
"O nosso governo assumiu compromissos com os seus parceiros europeus por força de uma crise gravíssima que a Europa está a atravessar. Como presidente de Câmara e como cidadão estou disponível para ser parte desse processo, de que é gestor o governo do país, mas o município de Aveiro não vai tratar desta matéria na praça pública, estando ao dispor do governo para cooperar na gestão desta operação, dentro das suas possibilidades", declarou.
Ribau Esteves salientou que a criação de condições para os países europeus acolherem os refugiados é apenas uma das perspetivas para a resolução do problema, sendo necessário olhar também para os países de origem.
"É fundamental que a União Europeia tenha a coragem de investir política e financeiramente para ajudar esses países a acabar com as guerras civis e iniciarem um crescimento económico que propicie aos seus cidadãos vida com qualidade. Há muita gente que está a conseguir fugir para a Europa, ainda que muitos deles perdendo a vida, mas há milhões que estão lá na miséria, sem comer e debaixo de fogo", concluiu.