A Organização Mundial de Saúde declarou, esta segunda-feira, que o vírus Zika é uma ameaça à saúde pública a nível global e pediu uma resposta conjunta urgente ao problema.
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Os especialistas estão preocupados com o nível de propagação do vírus, que poderá ter consequências avassaladoras. O nível de alerta é semelhante ao utilizado para o vírus ébola.
"Declaro que o recente foco de microcefalia e outras anormalidade neurológicas na América Latina depois de um foco semelhante na Polinésia Francesa em 2014 constituiu uma emergência de saúde internacional", afirmou Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde.
Chan aconselhou as mulheres grávidas evitarem viagens para zonas afetadas pelo vírus ou a procurarem ajuda médica, caso residam numa região afetada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença está a propagar-se "de forma explosiva" pelo continente americano, com três a quatro milhões de casos esperados este ano, dos quais 1,5 milhões no Brasil, o país mais afetado.
Este vírus é associado no Brasil a um aumento de casos de microcefalia, um distúrbio de desenvolvimento fetal que causa o perímetro do crânio infantil mais baixo do que o normal, o que provoca atrasos no desenvolvimento mental.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) indicou que os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares.
"Por si só, o Zika não é uma emergência internacional", sublinhou por o diretor de emergência da OMS, Bruce Aylwar.
"O que é uma ameaça e por isso uma emergência internacional são os dois grupos de casos de microcefalia atualmente no Brasil e os que ocorreram na Polinésia francesa em 2013 e 2014", disse por sua vez David Heymann, presidente do Comité de emergências.
"Não pudemos estabelecer uma relação direta entre o vírus zika e os casos de microcefalia e desordens neurológicas. É isso que devemos investigar. Mas os casos de malformações são tão graves que decidimos declará-los uma emergência", acrescentou Heymann.
"O facto de se estar a expandir é outros dos argumentos para declarar a emergência", sublinhou ainda.