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Uma nova ligação entre Viseu e Coimbra tem sido uma das bandeiras de todos os candidatos a deputados à Assembleia da República ao longo de mais de uma década. Em 2011 não foi diferente. Todos prometeram uma nova via que ponha fim à sinistralidade no Itinerário Principal 3 (IP3) e que ligue de forma mais rápida Viseu a Lisboa.
É consensual entre os eleitos que a via é "estruturante" para a região. Quatro anos depois, contudo, não há obra. Em 2008 e 2009 foram lançados concursos para a construção de uma autoestrada, em grande medida coincidente com o atual traçado do IP3, mas foram anulados por problemas com as propostas (os concursos foram incluídos na Autoestradas do Centro) e dada a estimativa de custos de 600 milhões de euros.
Na última legislatura, PS, CDS e PSD continuaram a perguntar pela prometida obra. No Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI) 2014-2020, o Governo apontou como sendo o segundo lanço rodoviário mais importante e de desenvolvimento prioritário. Ficou estabelecido que as obras arrancariam no segundo semestre deste ano e demorariam três anos e meio. Mas o Governo não lançou o concurso (o terceiro) por entender que conduziria a um investimento similar aos que foram antes anulados, logo, incomportáveis.
Anunciou, então, a abertura de um concurso para a elaboração do estudo prévio de uma ligação de Coimbra até Santa Comba Dão. A solução, conhecida em agosto, passa por aproveitar o IC12 (Carregal do Sal), construir um troço entre a Aguieira e Coimbra, duplicar a via em Aguieira/Santa Comba Dão e construir um novo troço entre Nelas/Canas de Senhorim/Mangualde, que ligue à A25. A obra, que será feita com financiamento privado, tem um custo estimado de 318 milhões de euros e receitas de portagens de 456 milhões de euros. Mas esta, tal como sublinhou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, "é apenas uma solução referencial" porque nada será decidido até às eleições. Se as ganhar, realçou, talvez haja obra em 2017.