Do mal o menos. Foi assim que Maurício Brito, 49 anos, professor da disciplina de Educação Física no Agrupamento de Escolas de Ponte de Lima, encarou o resultado eleitoral de ontem à noite, que deu uma maioria relativa ao Partido Socialista.
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"Já estava a contar mais ou menos com isto. Desagradar-me-ia se o PS atingisse a maioria absoluta", afirmou, assumindo que optou pelo "voto útil contra o PS".
Diz-se convicto que foi essa a opção da maioria dos professores, face ao descontentamento com o congelamento das carreiras e a todas as polémicas e lutas da classe na legislatura que agora termina.
"Estou plenamente convencido que grande parte não votou no PS e procurou alternativas. Somos 140 mil e muitos professores, temos as nossas famílias e é minha convicção que o PS perdeu aqui inequivocamente muitos votos", comentou.
"Nós contribuímos para que o PS não atingisse a tão desejada e trabalhada maioria absoluta. Estamos a falar de uma classe que vota e acredito que teve um efeito direto no resultado eleitoral", acrescentou.
Face à reeleição dos socialistas, Maurício Brito comenta: "Não auguro nada de bom para os professores nos próximos quatro anos".
"A municipalização está aí com toda a força e neste momento já se ouvem vozes a falar de uma nova reestruturação das carreiras. E tudo indica que essa será a nossa próxima luta", preconiza o docente, adiantando que "o que se espera nos próximos anos será mais desinformação, mais meias-verdades e mais falácias de forma a conseguir, dizendo que é o melhor para o ensino, cortar na despesa".
"Se com o congelamento do tempo de serviço perdemos mais de 40 mil euros em média cada professor, não sei quanto será com uma nova reestruturação. Mas a lógica será essa: economicista", concluiu Maurício Brito.