PNI2030 paga duas ligações na capital. Grande Porto terá mais quatro linhas de metro e mais três em metrobus. Ministro do Ambiente quer lançar maioria dos concursos de execução no próximo ano.
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Os metros do Porto e de Lisboa terão 1,89 mil milhões de euros para crescer e o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, espera que a maioria dos concursos públicos de conceção e de construção das novas ligações seja lançada até ao final do próximo ano. No início de 2021, avançará um concurso de ideias para o projeto da nova ponte sobre o rio Douro, a montante da travessia da Arrábida.
À região da capital, o Governo destina 719 milhões para prolongar as linhas Vermelha até Alcântara e Amarela até Benfica. Ao Grande Porto, chegará um cheque de 1,17 mil milhões para rasgar quatro ligações: a 2.ª linha de Gaia, entre Boavista e Santo Ovídio, a linha do Souto, em Gondomar, a linha de S. Mamede, entre Porto e Matosinhos, e a linha Circular do Porto, que aproximará a Boavista da Asprela (ver infográfico em baixo).
Esse financiamento permitirá acrescentar ainda duas estações à atual Linha Verde da rede do metro do Porto. A partir do ISMAI, os carris estender-se-ão até ao Muro, na Trofa. A ligação à Paradela, prevista no projeto da linha da Trofa, será feita em metrobus (autocarro rápido em via dedicada).
Liberdade para acertos
A dotação de 1,89 mil milhões para as áreas metropolitanas é apenas um terço do montante que o Governo destina à mobilidade sustentável no Programa Nacional de Investimento (PNI) 2030, que será apresentado hoje à tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
A dotação total neste setor para esta década ascende a 5,82 mil milhões, dos quais "4,81 mil milhões são de investimento público e mil milhões de investimento privado para a aquisição de autocarros, a descarbonização da logística urbana e o reforço da rede de postos de carregamento elétrico", indica Matos Fernandes ao JN.
Comparando com a dotação atual do POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), a mobilidade terá 13 vezes mais investimento público. Do bolo global, mais de metade (3,85 mil milhões) será aplicada na consolidação das redes de transporte público nas áreas metropolitanas e na construção de ligações de metrobus em Braga e em Guimarães.
Além dos 1,89 mil milhões para a expansão dos metros, o Governo reserva mais 1,95 mil milhões para ligações em metrobus e em elétrico rápido: 1,58 mil milhões para rasgar 119 quilómetros de linhas na Grande Lisboa, 200 milhões para Braga e Guimarães e 174 milhões para três linhas no Grande Porto: a conclusão da linha da Trofa entre Muro e Paradela e a construção da linha do Campo Alegre entre a Galiza e a Praça do Império, no Porto, e da ligação entre as linhas Verde (Maia) e Violeta (Aeroporto) do metro.
"O PNI2030 dá resposta ao estudo de procura, já apresentado à Área Metropolitana do Porto (AMP)", contemplando investimento em quatro linhas de metro e em três de metrobus, sustenta o ministro. "Na AMP, há um consenso alargado sobre as propostas de expansão", mas os autarcas terão de entregar uma proposta final e "estável de investimento" ao Ministério do Ambiente "dentro de 15 dias". Matos Fernandes garante que, ao plano de concretização de sete linhas, poderão ser feitos "alguns acertos. Há muita liberdade para discuti-los".