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Bruxelas considera "irrealista" alta velocidade Porto-Vigo até 2030

Bruxelas considera "irrealista" alta velocidade Porto-Vigo até 2030

A ligação de alta velocidade Porto-Vigo poderá não concretizar-se até 2030, conforme o prazo previsto pelo Governo português na apresentação pública do projeto [Lisboa-Porto-Vigo] em outubro de 2022.

O jornal Faro de Vigo faz este sábado manchete com o título "Bruxelas tomba o plano para a alta velocidade para o Porto: "Não é realista para 2030", com base numa informação tornada pública pela Comissária dos Transportes da Comissão Europeia, Adina-Ioana Valean. Ao Jornal de Notícias, o deputado social-democrata eleito pelo distrito de Viana do Castelo, Jorge Mendes, declarou que "o PSD vai chamar o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, com caráter de urgência".

De acordo com o diário galego, a Comissão de Transportes descarta priorizar o projeto e disponibilizar fundos porque o considera "verde" (pouco maduro). E atira a sua concretização para 2040, no âmbito da estratégia da rede transeuropeia de transporte (RTE-T), que prevê a conexão do território europeu através de uma capilaridade de estradas, ferrovia, rotas navegáveis interiores e marítimas de curta distância. E que tem por trás "um macro plano" de investimentos de 244 mil milhões de euros, que ambiciona "a coesão europeia, sem desigualdades entre o norte e o sul, a concretizar até 2050".

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O mesmo jornal descreve que o referido planeamento será concretizado em três fases, designadas pela Comissão Europeia, "em função do grau de maturidade de cada projeto".

A primeira fase contempla "a rede básica" a concretizar até 2030. A segunda "a rede básica alargada", a viabilizar até 2040, e a terceira até 2050, a "rede global".

Ainda de acordo com o Faro de Vigo, sendo assim, cai por terra o objetivo traçado pelos governos português e espanhol de incluir a ligação da alta velocidade ao Porto na primeira fase de projetos até 2030.

Aquele jornal cita uma informação escrita da Comissária de Transportes, Adina-Ioana Valean, em resposta a uma pergunta do eurodeputado popular galego, Francisco Millán Mon.

"Apenas as infraestruturas que se possam concluir de forma realista até 2030, com todas as normas estabelecidas no regulamento RTE-T [inclui a eletrificação de toda a rede ou a possibilidade de utilizar comboios de 740 metros], foram propostas que façam parte da rede básica". E a alta velocidade entre Vigo e o Porto "não tem nenhuma opção de cumprir todos os marcos e exigências técnicas", pelo que, por esse motivo, "propôs-se que o troço Porto-Vigo faça parte da rede básica correspondente à planificação atual de conclusão da linha ferroviária, que é posterior a 2030". A conexão não disporá de fundos destinados à primeira fase, que se prevê atingir o montante de 30 mil milhões de euros, e terá de esperar pelos da segunda fase.

Também de acordo com o Faro de Vigo, estas declarações de Adina-Ioana Valean representam "um balde de água fria a nível político, social e até empresarial", face ao objetivo inicialmente traçado de 2030.

Ainda recentemente, Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) avançou no programa "Hoje em Dia", emissão conjunta da rádio Antena Minho e da Onda Cero, de Vigo [dia 31 de janeiro], que existe um compromisso político entre ambos os países e que estão a avançar os estudos com o objetivo de ter a Ligação de Alta Velocidade até Vigo concluída até 2030.

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