O PAN aceita que seja criada uma segunda comissão de inquérito ao caso de Tancos. André Silva considera grave que um ex-ministro possa ter mentido no Parlamento. Mas lamenta que o caso esteja a ser usado como um trunfo de campanha.
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"É um caso que mancha a democracia e o sistema político", admitiu André Silva, no final desta manhã de sábado, ao terminar uma viagem de comboio entre Espinho e Santa Maria da Feira, no "vouguinha".
Por isso, o PAN está disponível para aceitar a criação de uma segunda comissão de inquérito ao caso do furto de armamento. "Evidentemente, que estamos de acordo com todas as comissões de inquérito que sirvam para esclarecer o que não está esclarecido. A ser verdade, o que o Ministério Público acusa, que alegadamente um ex-governante mentiu numa comissão de inquérito, é grave", reconheceu André Silva.
O porta-voz do PAN não admite, contudo, é que o tema domine um período que deveria ser de esclarecimento eleitoral. "Não nos parece que vai ser neste período que vai ser constituída uma comissão de inquérito. O importante era que, na próxima semana, os partidos dissessem às pessoas o que se propõem a fazer na próxima legislatura para que casos como estes não se repitam", enfatizou André Silva.
Porém, não é isso que tem acontecido. E André Silva lamenta. "Tem-se assistido a uma politização de um processo judicial e, de alguma forma, um aproveitamento político, que serve à esquerda e à direita, para se desviar as atenções da campanha e das principais propostas", acusou.
Para André Silva, a uma semana das legislativas, as candidaturas deveriam estar a concentrar as suas atenções em temas como o que, nesta manhã de sábado, levou o PAN a viajar de comboio: o reforço da mobilidade para se atenuarem os efeitos climáticos.
Nesse âmbito, o PAN tem vindo a defender a criação de ligações ferroviárias entre todas as capitais de distrito e o reforço das ligações suburbanas e urbanas. Uma proposta que André Silva admitiu, nesta manhã de sábado, que vai custar cerca de 100 milhões de euros por ano e que só estará completamente concretizada em 2035.
Ainda assim, será bem aceite pela população, apesar dos custos, crê André Silva. "As pessoas estão cada vez mais conscientes para a necessidade de se fazer uma mobilidade mais sustentada. E, se for eficaz essa mobilidade, as pessoas aderem", considerou o deputado do PAN.