PCP considera "perda de tempo" a tensão entre Catarina Martins e António Costa
O secretário-geral do PCP considerou uma "perda de tempo" a tensão entre Catarina Martins e António Costa, ontem à noite, no último debate a seis antes das eleições legislativas de 6 de outubro. Jerónimo de Sousa afirmou que as acusações entre os partidos "não ajudam quem está em casa a assistir", nem "quem está a participar".
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O líder da CDU lamentou que tivesse havido "muitas questões laterais" no último debate entre os seis líderes com assento parlamentar, transmitido na segunda-feira à noite em direto na RTP 1 e RTP 3. "Acho que não ajuda particularmente quem está em casa a assistir ao debate. Ao contrário do que muitos pensam que o grande resultado é deixar o adversário em KO, não é isso, acho que se perdeu ali um pouco de tempo com esses aspetos quando poderia ter sido aproveitado para cada um expor e defender as suas propostas, as suas ideias".
Jerónimo de Sousa deixou claro que não tem qualquer problema de relacionamento com o BE. "Não é o Bloco de Esquerda que é nosso adversário", concluiu. No encontro entre os seis protagonistas, António Costa e Catarina Martins protagonizaram um momento sobre o "reescrever da história" da última legislatura, quanto às datas dos encontros entre os dois dirigentes.
Líder da CDU elogia trabalho do Goveno na reintegração da EMEF na CP
Jerónimo de Sousa visitou, esta manhã, as oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), no Entroncamento e salientou o "passo adiante" dado nesta legislatura, que "inverteu a situação de definhamento das oficinas na altura da CP".
"Nesta fase da vida política nacional houve de facto uma inversão, designadamente na entrada de trabalhadores jovens novamente, e simultaneamente o compromisso de, agora em dezembro (pena que não tivesse sido já em outubro), novamente a integração da EMEF na CP", elogiou o secretário-geral do PCP. Apesar dos avanços, é preciso mais para resolver os "problemas estruturantes" como a "falta de material circulante, que resulta da inexistência de qualquer compra de novos comboios". Jerónimo de Sousa espera que "não seja apenas uma promessa eleitoral" e que se concretize a contratação de 120 novos trabalhadores para a empresa e a reintegração da EMEF na CP.
O líder comunista, que voltou a dedicar a manhã aos transportes, voltou a criticar a "visão estreita" do Governo do PSD e CDS no setor. "O Governo anterior tinha decidido que nos próximos dez anos não haveria investimento nos transportes porque não era prioritário".
Durante cerca de uma hora e meia, Jerónimo de Sousa visitou as oficinas da EMEF do Entroncamento, e assistiu de perto ao trabalho de manutenção dos equipamentos. No interior de um Alfa Pendular de seis carruagens "quase pronto a sair para a linha", o gestor de projeto Cristóvão Leal explicou a recuperação e modernização desenvolvidas, desde a integração de tomadas elétricas e iluminação led, a uma rede que facilita a velocidade da Internet.
Ao longo da visita, o secretário-geral do PCP foi cumprimentando os trabalhadores de várias idades, admitindo que espera que a contratação de mais trabalhadores não seja "mais uma promessa eleitoral". "É preciso pressionar!", lembrou.
Ao JN, Amândio Gonçalves, diretor do parque oficinal do Centro, explicou que neste momento há sete veículos a serem recuperados na oficina: dois da Linha de Cascais, três da Linha de Sintra, um Alta-Pendular e um Reginonal da CP. Nas oficinas da EMEF no Entroncamento há 373 funcionários, 42 dos quais contratados entre dezembro e janeiro, "mais jovens", que vieram baixar a média etária.