Rui Rio recusa deixar de falar de Tancos e avisa António Costa que não deixará de o fazer. O líder do PSD acusa os socialistas de estarem a reagir "sem grande nexo" perante a "barafunda" que é este caso, para o qual afasta uma outra Comissão Parlamentar de Inquérito.
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O presidente do PSD apontou, este sábado, desorientação a António Costa na reação aos efeitos da acusação do caso da recuperação das armas de Tancos e deixou claro que não vai deixar cair o assunto da ordem do dia, a uma semana das eleições, como desafiou o líder do PS.
"Talvez vou ter de pedir ao dr. António Costa, que diz para tirar Tancos da ordem do dia, que mande a lista dos temas que quer que eu tire da campanha e que eu ponha na campanha, que eu analiso", ironizou, à entrada de um almoço-convívio em Mirandela, após uma arruada em Bragança durante a manhã, para referir que "o PS em relação à questão de Tancos não sabe o que dizer".
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Mais, o social-democrata recusa o cenário de conspiração da Justiça contra o PS, como alegadamente o núcleo duro de Costa considera, de acordo com o Expresso. "Não vejo nenhuma relação entre terem desaparecido material de guerra em Tancos e haver quem no Ministério Público possa não gostar do PS, do PSD ou de outro partido qualquer", rematou.
Resumiu Rio que o PS "não sabe o que há de dizer. Não tem coisa muito racional e lógica para dizer, então no quadro dessa barafunda começa a dizer coisas sem grande nexo". "Não consigo perceber como é que, no quadro de Tancos, o desaparecimento de material de guerra é evidente, a necessidade de uma investigação é evidente e agora diz que é por causa de o Ministério Público não gostar do PS", acrescentou, admitindo que Costa "está atrapalhado" com o caso.
Rio revelou também que o PSD afasta para já a constituição de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a Tancos, mas que mantém intenção de fazer reunir na próxima semana a Comissão Parlamentar Permanente.
"Já houve uma Comissão de Inquérito. Já se apuraram os factos. Depois houve aquele relatório (da CPI). Não vamos andar aqui a fazer comissões de inquérito atrás de comissões de inquérito, como no caso Caso Camarate", disse.
"Requeremos a Comissão Permanente, vamos ver o que acontece. Da parte do PCP há luz verde, se da parte do CDS também houver luz verde, teremos condições para reunir. Nesse caso há probabilidade de ser ainda esta semana", concluiu.