António Costa afirmou, esta sexta-feira, em Matosinhos, que "o grande desafio" europeu é "defender as classes médias" porque são elas que "asseguram a existência da democracia". E "é quando a classe média se sente abandonada e insegura que temos o terreno fértil para os radicalismos se desenvolverem, para o populismo crescer e para a extrema-direita se tornar uma ameaça".
Ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro coube encerrar a cimeira do Partido Socialista Europeu (PSE) sobre direitos sociais, que decorre no Terminal do Porto de Leixões, em Matosinhos, juntamente com o presidente do PSE, Stefan Löfven.
"Se queremos defender a nossa democracia e a nossa liberdade, se queremos mesmo combater a extrema-direita, nós temos de dar oportunidades à classe média", e não apenas à população "mais frágil", defendeu o primeiro-ministro. E "temos de garantir às novas gerações que não vão ter uma vida pior do que a dos seus pais, mas vão ter oportunidade de ter uma vida melhor, como os seus pais tiveram uma vida melhor do que os seus avós".
Num discurso marcado pela defesa de "um pilar social europeu forte", Costa começou por recordar que "aquilo que fez mesmo a diferença entre a forma como gerimos a crise económica de 2018 e como enfrentámos a crise gerada pela covid-19 em 2020 foi o facto de termos aprendido em conjunto as lições". E a lição mais importante que devemos retirar "é que é preciso um mecanismo permanente de estabilização de crises" porque "não são permanentes mas são recorrentes".
Em seguida, defendeu um Estado social forte que seja prioridade da União Europeia e que apoie a transição no mercado de trabalho, "sem deixar ninguém para trás" e particularmente aqueles que vão perder o seu emprego porque "há postos de trabalho que vão desaparecer" e "provavelmente há profissões que vão desaparecer".