"Durante 100 anos foi tudo ou quase tudo". Marcelo agradece a Adriano Moreira
Numa curta declaração em Belém, o presidente da República agradeceu, em nome dos portugueses, a Adriano Moreira, sublinhando que, durante 100 anos, o antigo presidente do CDS "foi tudo ou quase tudo".
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"Os portugueses, pela minha voz, agradecem 100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, após a notícia da morte de Adriano Moreira.
"Académico, mestre de civis e militares, lutador pela liberdade e democracia, depois reformador impossível em ditadura, ainda assim, revogando o Estatuto do Indigenato. Exilado, regressado, presidente de um partido político, vice-presidente da Assembleia da República, Conselheiro de Estado", elencou.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Adriano Moreira "atravessou dois regimes, andou pelo mundo, deixando discípulos, defendendo a nossa língua, a nossa cultura, a nossa pátria comum, sempre com inteligência, com brilho, com tenacidade, com orgulho transmontano, com orgulho português". "Deixou-nos há duas horas Adriano Moreira. Em paz, sereno, na história, mas acima da história como sempre viveu", disse.
Legado riquíssimo de pensamento
O líder do PSD, Luís Montenegro, também lamentou a morte de Adriano Moreira, lembrando que o histórico do CDS-PP deixa um "legado riquíssimo de pensamento".
"Adriano Moreira foi um 'grand seigneur' da academia e da política portuguesa. Deixa-nos um legado riquíssimo de pensamento sobre valores e princípios sociais", escreveu Montenegro, no Twitter.
O presidente do PSD deixa ainda o "profundo pesar e solidariedade" à família de Adriano Moreira e ao CDS-PP, partido do qual foi presidente.
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Uma grande figura da democracia
O presidente da Assembleia da República recordou Adriano Moreira como "uma grande figura da democracia" e "um mestre de várias gerações". "Adriano Moreira ficará como uma grande figura da democracia portuguesa, que o soube reconhecer e integrar", escreveu Augusto Santos Silva no Twitter.
Depois de sublinhar que "foi a democracia que o fez deputado e líder partidário, e mestre de várias gerações", o presidente do Parlamento e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros concluiu que Adriano Moreira, por sua vez, "ajudou a democracia a situar-se na continuidade histórica de Portugal".
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Uma inspiração
A antiga líder do CDS-PP Assunção Cristas destacou o "testemunho de vida dificilmente igualável" deixado por Adriano Moreira, sublinhando a "enorme coerência" e a "grande fidelidade aos princípios em que acreditava". "O Professor Adriano Moreira deixa um testemunho de vida dificilmente igualável. É o pesar que agora nos une, mas também o sentimento de inspiração e algum sentido de gratidão por uma vida longa, dedicada à causa pública", enalteceu Assunção Cristas numa publicação na rede social Twitter.
A antiga líder do CDS-PP recordou "a enorme coerência do Professor Adriano Moreira" e "os 100 anos vividos com uma grande fidelidade aos princípios em que acreditava e que sempre defendeu". "Também este é o momento certo para mostrar alegria por uma vida tão longa, tão bem vivida e, tal como ele próprio dizia, tão feliz", afirmou.
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O antigo líder do CDS-PP José Ribeiro e Castro recordou Adriano Moreira como um "visionário universal", "democrata cristão" e sublinhou que o seu "legado mais extraordinário" foi uma vida de 100 anos. Em declarações à Lusa, Ribeiro e Castro afirmou que "o legado mais extraordinário que deixa são justamente os seus 100 anos", a "sua vida, uma vida ao serviço de Portugal, dos portugueses, da universidade, do pensamento".
O ex-presidente do CDS deixou, segundo Ribeiro e Castro, "uma marca de um democrata cristão, a abolição do estatuto do indigenato", ainda durante o anterior regime, quando foi ministro do Ultramar, na década de 1960, ainda durante o Estado Novo. "Ele, que veio a ser membro e presidente do CDS, cometeu um gesto democrata cristão, um gesto CDS, muito antes de o CDS existir", disse ainda.
Integridade, conhecimento e valia intelectual
O antigo presidente do PSD Rui Rio prestou homenagem a Adriano Moreira elogiando a "integridade, conhecimento e valia intelectual". "A minha homenagem a Adriano Moreira, cuja integridade, conhecimento e valia intelectual sempre me impressionaram", afirmou no Twitter.
O antigo líder do PSD recorda que foi contemporâneo de Adriano Moreira na Assembleia da República e,"mesmo havendo nessa altura personalidades de elevada qualidade e respeitabilidade" no Parlamento, o antigo presidente do CDS-PP "sempre se distinguiu".
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O ministro dos Negócios Estrangeiros enviou condolências aos familiares e amigos de Adriano Moreira, destacando a reflexão permanente do ex-ministro e deputado sobre o papel de Portugal no mundo. "As minhas condolências aos familiares e amigos de Adriano Moreira, que ao longo de muitas décadas teve sempre disponibilidade e abertura de espírito para pensar sobre o lugar de Portugal no mundo", escreveu João Gomes Cravinho no Twitter.
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A ministra da Defesa Nacional manifestou, em Santarém, "pesar" pela morte de Adriano Moreira, destacando o seu "legado gigante, enquanto pensador, intelectual, académico e, sobretudo, alguém que contribuiu para a aproximação entre os mundos civil e militar".
Helena Carreiras lembrou que Adriano Moreira "foi preletor, conferencista, das instituições militares -- do Instituto Universitário Militar, do Instituto da Defesa Nacional -, durante muitas décadas, dando aí um contributo inestimável e fundamental" para se "pensar Portugal, pensar a relação entre militares e civis, a forma como as questões de segurança e defesa devem ser encaradas". Agradecendo esse legado, "em nome da Defesa Nacional", a ministra destacou a forma como "continuará a ser inspirador" para o trabalho de "análise, tão fundamental neste momento, do que pode ser" Portugal no mundo "e como olhar as questões de segurança e defesa" no "contexto tão complexo" como o que se vive atualmente.
O presidente do PS, Carlos César, classificou Adriano Moreira, que morreu hoje aos 100 anos, como "uma referência da vida política portuguesa" com o qual aprendeu sempre, mesmo quando não concordava. "Uma referência da vida política portuguesa e um académico, um especialista em Relações Internacionais, em Segurança e Defesa Nacional que fez escola e deixou obra relevante", escreveu o presidente dos socialistas na sua conta na rede social Facebook.
Segundo Carlos César, Adriano Moreira era "uma personalidade que, depois de uma colaboração influente com o regime anterior, se encontrou com o Portugal Democrático em que participou ativa e construtivamente". "Convivi em várias ocasiões com Adriano Moreira, quer durante quer depois de eu ter sido Presidente do Governo dos Açores. Aprendi sempre, em todos esses momentos, mesmo quando não concordava, o que era frequente, com o que dele ouvia", termina o ex-líder do Grupo Parlamentar do PS, endereçando o seu pesar à família e "um beijinho" a Isabel Moreira, filha do ex-líder do CDS e atual deputada socialista.
A Iniciativa Liberal (IL) destacou o "exemplo de serenidade na política" que foi Adriano Moreira, uma postura que manteve "quando incompreendido e quando consensual". "Adriano Moreira, tanto para dizer e seria sempre pouco. Um exemplo de serenidade na política, quando incompreendido e quando consensual", enalteceu, através de uma mensagem na rede social Twitter, o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva.
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Chega vai apresentar voto de pesar na Assembleia da República
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou que vai apresentar na Assembleia da República um voto de pesar pela morte de Adriano Moreira, que considerou ser "um verdadeiro senador" da política portuguesa e um "pensador incomparável".
"A morte do Professor Adriano Moreira deixa-nos a todos mais pobres. Um verdadeiro senador da política portuguesa e um pensador incomparável. Esteve dos vários lados da barricada e a todos enriqueceu tanto. Vamos apresentar no Parlamento um voto de pesar", escreveu André Ventura no Twitter.
Personalidade histórica da política
A porta-voz do PAN considerou que Adriano Moreira, que hoje morreu com 100 anos, foi uma das "personalidades históricas da política" e era "reconhecido pelos diferentes quadrantes políticos".
"Professor universitário, advogado, governante, Conselheiro de Estado. Reconhecido pelos diferentes quadrantes políticos, Adriano Moreira tornou-se numa das personalidades históricas da política do nosso país", escreveu Inês Sousa Real no Twitter.
A dirigente do partido Pessoas-Animais-Natureza envia ainda as suas "mais sentidas condolências" à família e amigos do ex-líder do CDS.
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Génio e luz
O antigo líder do CDS-PP Francisco Rodrigues dos Santos enalteceu este domingo o legado de Adriano Moreira, que "foi génio e luz", "marcou a academia" e foi "um patriota com um percurso político em encontro permanente com o serviço ao país".
Numa reação no Facebook, o anterior líder do CDS-PP afirmou que "Adriano Moreira foi o patriarca generoso da democracia-cristã portuguesa e pedagogo da direita social em democracia". "Adriano Moreira foi génio e luz, que marcou a Academia e enriqueceu o regime político, deixando um vasto tesouro intelectual disperso em várias obras e instituições, que sobreviverá à sua morte", enalteceu.
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu ainda que "Adriano Moreira foi um patriota com um percurso político em encontro permanente com o Serviço ao país". "E também com desencontros pontuais com o tempo político do país: que fizeram de si, em simultâneo, um Homem à frente do seu tempo (nas vezes em que chegou mais cedo) e um Homem sem o seu tempo pela frente (nos momentos em que chegou mais tarde)", acrescentou.
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"Legado de verdadeiro serviço público"
O antigo presidente da República Cavaco Silva evocou Adriano Moreira como "um dos mais importantes pensadores políticos do Portugal contemporâneo", assinalando também o seu "legado de verdadeiro serviço público".
"No ensino construiu escola em torno da 'convergência dos saberes' e desses saberes produziu um manancial enorme de pensamento e reflexão sobre Portugal, tornando-o indiscutivelmente um dos mais importantes pensadores políticos do Portugal contemporâneo", escreveu Anibal Cavaco Silva numa declaração enviada à agência Lusa.
O ex-primeiro-ministro recorda o "português ilustre" e o "orgulhoso transmontano", fazendo depois a apreciação sobre "a sua vida de dedicação à causa pública como político, como intelectual e como académico".
Homem íntegro e fiel
O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, fez uma "homenagem agradecida" a Adriano Moreira, sublinhando a sua integridade e o facto de se ter mantido sempre fiel ao seu pensamento. "É uma memória agradecida porque é uma vida sempre muito fiel a si própria, aos seus sentimentos e pensamentos", afirmou Manuel Clemente, em declarações enviadas às redações.
O cardeal-patriarca de Lisboa concordou que Portugal "deve a pessoas como ele, íntegras e que se mantêm fieis ao seu pensamento quando é um pensamento assim tão verdadeiro e com tanta urgência" como "o pensamento social cristão".
Manuel Clemente afirma ter conhecido o antigo líder do CDS ainda nos anos de 1960 quando este visitava o lar universitário onde residia, lembrando que "fazia as suas considerações sobre o momento político nacional e internacional sempre com uma preocupação fortemente humanista".
"A última conversa que nós tivemos foi há uns 15 dias na casa dele e ele queria falar da sua preocupação sobre o futuro da doutrina social da igreja, ou seja, a fidelidade ao seu pensamento humanista cristão que teve sempre, em diversas fases, em vários regimes, mas muito fiel a si próprio. É uma homenagem agradecida que eu lhe faço", enalteceu.
Amou e pensou Portugal acima de tudo
O presidente da câmara de Lisboa considerou este domingo que Adriano Moreira foi um "exemplo excecional" de quem "sempre obrigou" os outros a pensar e o eurodeputado Paulo Rangel salientou que o ex-ministro foi o "doutrinador da democracia-cristã em Portugal".
"A minha sentida homenagem pela partida de Adriano Moreira, exemplo excecional de quem até aos 100 anos de vida nos obrigou sempre a pensar e pelo estímulo que até ao fim nos deu para nos sabermos encontrar com nação e como povo", escreveu Carlos Moedas no Twitter.
Já o eurodeputado e vice-presidente social-democrata Paulo Rangel, também naquela rede social, salientou que Adriano Moreira "representa a ética da República".
"Amou e pensou Portugal acima de tudo. Percebeu desde cedo o espírito do tempo e dos tempos. Cristão, humanista, académico, político. Foi o doutrinador da democracia-cristã em Portugal. À família e ao CDS, tributo e respeito", lê-se.
O PS assinalou este "momento de tristeza" realçando um "destacado intelectual, que detinha já um século de existência marcada pela dedicação ao pensamento crítico e académico e à intervenção política e cívica".
Adriano Moreira "deixa-nos o testemunho da sua inteligência materializado nas várias obras que publicou e no seu percurso académico, estreitamente ligado ao atual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), que dirigiu e ajudou a reformar", referem os socialistas em comunicado.
"As distinções que recebeu (Doutor Honoris Causa por várias universidades e membro de várias Academias de Letras, Ciências, História e Cultura), tal como as condecorações que lhe foram atribuídas - a Grã-Cruz da Ordem de Camões de Portugal, em 2022, seria a última de uma longa lista - evidenciam a marca de lucidez e determinação que deixa em Portugal", prossegue.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior enalteceu a "longa e profícua" dedicação de Adriano Moreira à vida académica e instituições universitárias e a Marinha Portuguesa salientou o "pensador de Portugal".
Em comunicado enviado à Lusa, o ministério com a tutela do Ensino Superior salientou que Adriano Moreira "enquanto professor catedrático dedicou grande parte da sua carreira ao estudo, ensino e investigação nas áreas da Política Internacional, do Direito, da Ciência Política e das Relações Internacionais". "O seu contributo foi também fundamental para diversas instituições académicas e científicas que fundou, renovou ou ajudou a desenvolver", apontando que o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa "está intimamente ligado" a Adriano Moreira.
Já a Marinha Portuguesa lembrou que Adriano Moreira "durante décadas lecionou as várias gerações de militares da Marinha Portuguesa e foi sobretudo um pensador de Portugal".
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, considerou que Adriano Moreira deixa um "legado de referência" em Portugal, tendo inspirado várias gerações e a si próprio. Para Bolieiro, Adriano Moreira "era sob ponto de vista intelectual uma inspiração para várias gerações" e para o líder do executivo açoriano "igualmente".