A Igreja vai criar uma bolsa de psicólogos a nível nacional para ajudar as vítimas de abusos sexuais e garantir transporte para que as vítimas que residem em locais mais isolados possam ir às consultas. O Ministério da Saúde também informou que vai "melhorar o acesso" aos cuidados de saúde mental.
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A medida foi anunciada, esta noite, na TVI por Paula Margarido, secretária da Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis. O apoio psicológico era pedido pela comissão independente e foi referido em vários testemunhos apresentados. A medida, de acordo com Paula Margarido, será dada a conhecer no dia 22 de fevereiro.
O Ministério da Saúde também informou que vai "melhorar o acesso" aos cuidados de saúde mental. Em resposta a Daniel Sampaio, da Comissão Independente, que pedia uma "via verde" para que sofreu abusos sexuais, a promessa de Manuel Pizarro é dirigida a todos os casos "independentemente da sua origem".
Esta quinta-feira, a associação Quebrar o Silêncio, de apoio a homens vítimas de abusos sexuais, revelou que recebeu, nos últimos três dias, cinco pedidos de ajuda de vítimas da Igreja católica, apontando que as notícias estão a deixar as vítimas em crise. "Estão em crise por causa dos testemunhos que ouviram e das notícias que leram", disse Ângelo Fernandes, responsável pela associação. As vítimas, algumas delas autoras de denúncias feitas à comissão independente, pedem ajuda psicológica para as ajudar "a gerir o que sentem relativamente ao abuso".
O presidente da associação revelou que, desde que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal divulgou publicamente o seu relatório final, várias vítimas, todas com mais de 50 anos, contactaram a associação. "Quando a pessoa está em crise, nós o que fazemos é uma estabilização emocional para que estes homens possam, pelo menos, sentir alguma forma de alívio, antes de começar o apoio psicológico", finalizou Ângelo Fernandes.