A ministra da Justiça confirmou, esta quarta-feira, que o ministro das Infraestruturas lhe ligou na noite do eventual roubo do computador por parte do ex-adjunto Frederico Pinheiro. De acordo com Catarina Sarmento e Castro, a conversa foi "curta" e demorou apenas "dois minutos". O telefonema, garantiu, teve como objetivo estabelecer o contacto entre João Galamba e a Polícia Judiciária (PJ). A governante assegurou, ainda, que não falaram sobre o Serviço de Informações de Segurança (SIS). "Não sei quem contactou o SIS", afirmou no Parlamento.
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"Confirmo que o senhor ministro das Infraestruturas nesse dia me ligou. Confirmo também que o teor da conversa foi a sobre a Polícia Judiciária. Foi uma conversa curta, que durou dois minutos. O senhor ministro telefonou-me eram 11 da noite e queira, somente, que o pusesse em contacto com a Polícia Judiciária. O senhor ministro estava preocupado, manifestou essa preocupação e pretendia, no fundo, alertar a Polícia Judiciária. Como quem tem a competência nessa área é a ministra da Justiça, naturalmente, contactou a ministra da Justiça para que estabelecesse o contacto", contou Catarina Sarmento e Castro aos deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, garantindo que João Galamba foi a "única pessoa" com quem falou.
Segundo a governante, no telefonema, o ministro das Infraestruturas terá manifestado preocupação pelo facto de um ex-adjunto ter levado um computador com informação classificada. "O senhor ministro das Infraestruturas estava preocupado pela inusitada situação que se teria vivido no seu ministério. Teria exonerado um assessor, devido a sonegação de informação. A pessoa teria regressado ao ministério e teria levado um computador com informação classificada. O ministro não me pediu conselhos, pediu-me apenas para estabelecer o contacto com a Polícia Judiciária", explicou Catarina Sarmento e Castro.
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A ministra da Justiça reiterou que João Galamba apenas lhe pediu para estabelecer o contacto com a Polícia Judiciária. Catarina Sarmento e Castro diz que o fez. Após a conversa "muito curta" com Galamba, a ministra confirmou que ligou ao diretor nacional da Polícia Judiciária a quem explicou que o ministro das infraestruturas "queria reportar uma situação que teria sucedido no seu ministério". A partir daí, disse, "a Polícia Judiciária agiu conforme aquilo que foi o seu entendimento perante a situação".
"Aquilo que acontece depois é da esfera da Polícia Judiciária. A ministra da justiça não sabe, não pode, não tem e não deve saber o que se passa depois em termos de procedimentos da Polícia Judiciária. É uma questão que respeita a investigação criminal e ao Ministério Público", referiu a governante, assegurando que "não fez mais nenhum contacto" além do telefonema ao diretor nacional da Polícia Judiciária.
A ministra da Justiça afirmou, ainda, que não falou sobre o SIS com João Galamba e que não fez "nenhuma outra sugestão". Apenas contactou a Polícia Judiciária, no âmbito das suas competências. "Não sei quem contactou o SIS", garantiu aos deputados no Parlamento.