A Sociedade Portuguesa de Pneumologia alertou, esta terça-feira, para a necessidade de implementação de um programa nacional de rastreio ao cancro do pulmão, o tipo de cancro mais mortífero em Portugal e o terceiro mais diagnosticado (5415 casos em 2020).
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Os pneumologistas apontam para avanços no diagnóstico e no tratamento deste tipo de cancro, permitindo aumentar a sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes.
A criação de programas de rastreio, destinados a fumadores, que são a população de maior risco para o cancro do pulmão, demonstraram reduzir em cerca de 20% a mortalidade pela doença. A principal causa para o cancro do pulmão é o consumo de tabaco, sendo responsável por 85% dos casos diagnosticados. O Dia Mundial do Cancro do Pulmão é assinalado no dia 1 de agosto
Gabriela Fernandes e Margarida Dias, médicas pneumologistas, destacam os avanços no diagnóstico do cancro e no tratamento do tumor, através do desenvolvimento de "terapêuticas dirigidas a alterações moleculares específicas, que são responsáveis pelo desenvolvimento de certos tumores (cerca de 50% dos adenocarcinomas) e o que permitiu aumentar a sobrevivência e melhorar a qualidade de vida dos doentes com doença metastática".
As especialistas ressalvam, ainda, a importância da imunoterapia, um tipo de tratamento que estimula as defesas do corpo para combater o cancro, ajudando a reforçar o sistema imunológico e utilizando fármacos que estimulam o sistema imunitário para reconhecer e destruir as células tumorais. Também destacam o contributo da medicina aplicada ao cancro, onde os doentes têm acesso a terapêuticas personalizadas, que permitem melhores resultados na luta contra a doença.
A prevenção do consumo de tabaco é fundamental para a diminuição do número de diagnósticos e da mortalidade por cancro do pulmão. Mas há fatores de risco, como o envelhecimento, o trabalho, a poluição, as infeções, a nutrição e os fatores genéticos.