O primeiro-ministro está a poucas horas de Kiev, onde tem encontro marcado com o presidente ucraniano. Ainda na Polónia, foi prometendo um contributo luso para a autonomia energética da Europa. Em Portugal, casos de Justiça aquecem um ambiente já de si escaldante, com risco de incêndio acrescido. No entanto, o calor não impediu que os funcionários públicos reclamassem na rua aumentos salariais.
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Mesmo estando de visita à Polónia, António Costa não deixou de dar o seu contributo para uma crise energética que se adivinhava desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. A Gazprom confirmou que suspenderá a venda de gás à Finlândia, a parir deste sábado, depois de o país se ter recusado a pagá-lo em rublos. O primeiro-ministro salientou então que Portugal pode contribuir para a autonomia energética da Europa. Costa chega, deste modo, a Kiev, este sábado, cheio de energia. Além das questões relativas à ajuda humanitária e aos apoios militar e financeiro, o chefe do Executivo luso também tenciona abordar com o presidente, Volodymyr Zelensky o tema das perspetivas de integração europeia da Ucrânia.
Se a guerra parece atravessar momentos de maior contenção, o clima dá sinais de aquecimento. O calor vindo do Norte de África está a chegar, trazendo consigo poeiras densas do deserto. As eventuais consequências não surpreendem. Já são 12 os distritos em alerta devido ao risco elevado de incêndio.
No plano da Justiça, os ventos são igualmente quentes. Um juiz de instrução validou a acusação do Ministério Publico a três pessoas, incluindo um empresário e um funcionário do Sporting, por suspeita de suborno de um futebolista do Chaves e dois árbitros de andebol para beneficiar as equipas leoninas. Trata-se do processo conhecido como "cashball". A consequência é que o caso vai a julgamento. À força da lei não escapa ninguém ou quase ninguém. Pelo menos é isso que aparenta quando deparamos com a notícia de que um deputado socialista está a ser investigado por alegada violação.
O calor atmosférico não impediu que milhares de funcionários públicos saíssem para a rua em protesto. Depois de descongeladas as carreiras e promoções, lutam agora por melhores salários, tendo em conta nomeadamente uma subida do custo de vida. Uns com tanto e outros com tão pouco? Pelo menos é isso que podemos deduzir quando lemos sobre a excentricidade de um Mercedes comprado por 135 milhões de euros, recorde mundial para um carro leiloado.
Falando em excentricidades, vale a pena ir pouco mais a fundo quando olhamos para as manifestações feministas ocorridas esta sexta-feira em Lisboa e no Porto. As ativistas têm agora um alvo muito concreto: o professor catedrático António Manuel de Almeida Costa deverá integrar o Tribunal Constitucional, que escreveu, em 1984, que as mulheres violadas raramente engravidam, citando "investigações médicas" que são, na verdade, experiências em campos nazis. Estaremos mesmo no século XXI?