A notícia entrou de madrugada, mas com estrondo suficiente para abanar o que resta de 2022. A demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, um dos principais protagonistas do elenco de António Costa, é um novo episódio numa série que já conta uma dezena de baixas. Mais do que foguetes e champanhe, o fim de ano promete ser tempestuoso. É, pelo menos, o que prevê o IPMA.
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As horas vão passando e somam-se as reações políticas, as análises, as conclusões e as previsões de impacto da saída do ministro- estrela, promessa do PS, que ganhou notoriedade quando foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e conseguiu aprovar quatro orçamentos do Estado com a "geringonça". Há um vídeo que resume tudo aqui.
Mais interessante, porque indecorosa, continua a ser a razão da saída: a choruda indemnização que a TAP, uma empresa pública gerida pelo Ministério que tutelava, acordou pagar pela renúncia ao cargo de Alexandra Reis, a ex-administradora que voou da companhia aérea para o Governo e foi afastada esta semana.
"Face à perceção pública e ao sentimento coletivo" gerados em torno do caso, leia-se um ruído ensurdecedor instalado nos últimos dias, Pedro Nuno Santos não teve alternativa.
Na hora da saída, não falta quem venha amparar a queda do ministro e sobram elogios ao seu legado e caráter. Incluindo de António Costa que fez questão de recordar "com muita estima, a camaradagem destes últimos anos de trabalho em conjunto". Nas entrelinhas, salta à vista que o percurso político de Pedro Nuno Santos está longe do fim.
As horas vão passando e a questão que se coloca é: quem é o próximo a cair?
Desde que tomou posse, a 30 de março, o Governo já soma dez demissões, entre ministros e secretários de Estado. É caso para dizer que as fragilidades deste Executivo de maioria absoluta estão à vista: "habituem-se!"
Por estes dias, além da tempestade política, não temos outro remédio se não habituarmo-nos à chuva, que continua a cair forte e a fazer estragos. Em Paços de Ferreira, foi tão persistente que provocou inundações em várias casas e obrigou ao corte de estradas.
A entrada em 2023 também se avizinha molhada. As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apontam para mais do mesmo. Chuva e vento forte, a começar no Norte e a alastrar ao resto do país.
Já na fase final desta newsletter, outro trovão estrondoso: morreu Pelé. O mítico jogador brasileiro tinha 82 anos e não resistiu a um cancro do cólon e a uma infeção respiratória. A notícia de última hora está aqui.