A guerra na Ucrânia chegou, esta quarta-feira, ao meio ano, mas, por cá, na outra ponta da Europa, avizinham-se duras batalhas. O verão já vai caminhando para o reta final e, com os aumentos anunciados na conta do gás, muita gente vai ter de cortar nos banhos e arranjar formas de cozinhar alternativas.
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Depois de dias e semanas infernais, esta quarta-feira ficou marcada por algum abrandamento no que toca a incêndios, mas as notícias do país continuam a não dar motivos para sorrir. Veja-se o anúncio da EDP Comercial e da Galp de que vão aumentar o preço do gás às famílias em média 30 euros mensais, mais taxas e impostos, a partir de outubro, devido à escalada de preços nos mercados internacionais e após um ano sem atualizações.
A eletricidade não é alternativa, porque os preços da energia estão igualmente pela hora da morte. O cenário assusta quem se prepara para enfrentar o inverno. Alguns estarão já a equacionar voltar aos fogões a lenha do tempo das suas avós, outros a juntar as mantinhas, porque combater o frio dentro de casa vai ser tarefa (ainda mais) dura.
A explicação para estes aumentos terá de andar ligada à guerra na Europa, que esta quarta-feira, dia em que a Ucrânia assinala a sua independência, completou seis meses. A guerra originou aquela que já é considerada a pior crise de refugiados na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, que decorreu entre 1939 e 1945. Veja ou reveja tudo neste trabalho multimédia do JN.
"Só um louco pode desejar guerras. A guerra destrói a própria lógica da existência humana", escreveu um dia o poeta chileno, Pablo Neruda. E, se faltavam exemplos sobre o ilógico que um conflito bélico provoca, atente-se no que aconteceu esta quarta-feira, num jogo que marcava o retomar do campeonato de futebol da Ucrânia, entre o Rukh Lviv e o Metalist Kharkiv, que foi interrompido por três vezes devido a uma ameaça de ataque aéreo por parte das forças armadas russas.
Voltando ao noticiário interno, mal continuamos em termos de saúde. Uma grávida residente no Seixal que andou cerca de 150 quilómetros para dar à luz, por falta de resposta dos hospitais mais próximos. A mulher foi inicialmente transportada para o Hospital de Santarém e acabou por ter o bebé nas Caldas da Rainha.
Há também bons motivos para ler o JN para os que têm curiosidade por saber o que ganham e que património têm os que nos governam. Conta-se tudo na investigação feita pelo jornalista do JN João Vasconcelos e Sousa, que consultou as declarações de rendimentos e património entregues pelos 18 titulares de pastas do Governo. Ficamos a saber que António Costa e Silva, é o governante que mais dinheiro ganhou em 2021 e que o primeiro-ministro, António Costa, é um dos que têm mais casas: cinco - duas delas herdadas, uma em Goa e outra em Lagoa (Algarve).
Finalmente, esta quarta-feira foi também dia de eleições em Angola. Ainda antes de serem conhecidos os resultados, há pelo menos a nota deixada pelos observadores portugueses que consideram que o processo eleitoral correu sem incidentes e com "total normalidade". Sublinham mesmo que este dia pode marcar, "um passo em frente do ponto de vista da democratização" do país.