Autarca e empresários detidos, Igreja em contagem decrescente, o discreto sucesso de uma vacina, um ministro com impulsos e uma ilha com muito para mostrar.
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Lembre-se o essencial: um presidente de câmara detido por possível corrupção não é coisa vulgar e de somenos, não poderá ser tratado como coisa vulgar e de somenos. Deteve-se esta terça-feira Miguel Reis, eleito em 2021 para dirigir a Câmara de Espinho. Deteve-se o presidente (também membro da Comissão Nacional do PS), um funcionário da autarquia e três empresários, sob suspeita de corrupção em licenciamentos e negócios imobiliários e hoteleiros envolvendo dezenas de milhões de euros. Infelizmente, a Polícia Judiciária, que batizou esta operação como Vórtex (remoinho, voragem), não partilhou o nome dos empresários em causa, o que tem o seu quê de injusto. Também o ex-presidente daquele município, Joaquim Pinto Moreira, três mandatos e 12 anos em funções, foi alvo de buscas. É um dos alvos centrais deste Vórtex mas não poderá ser constituído arguido enquanto beneficiar da imunidade parlamentar - é vice-presidente da bancada do PSD na Assembleia da República. Há algo de essencialmente incompreensível nesta discrepância entre um autarca e um deputado nacional, ambos representantes eleitos pela população, perante a justiça.
Mais justiça: a pouco mais de um mês da apresentação (a 13 de fevereiro) do relatório da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa, o padre Manuel Barbosa, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, afirma esperar que do estudo "surjam elementos que nos permitam continuar a tomar medidas, e medidas novas, para que este flagelo, este drama, se erradique da vida da Igreja o mais possível". Uma terminologia airosa para nomear o crime de abuso sexual de menores, em análise por uma comissão que tem como foco um intervalo temporal de 70 anos e que já rendeu centenas de testemunhos validados - e valerá a pena pesar as implicações daquele "o mais possível"?
O tempo da ciência quase nunca é o tempo das marés noticiosas (e ainda bem que não é), pelo que poderá passar sem o destaque merecido as conclusões da primeira avaliação em larga escala no mundo da vacina da Pfizer contra a covid-19 adaptada às novas variantes do vírus. A investigação, ocorrida em Israel e liderada pelo médico Ronen Arbel, concluiu que as vacinas adaptadas à variante ómicron do vírus SARS-CoV-2 (disponíveis em Portugal desde setembro), reduzem em 81% as hospitalizações por covid-19 nas pessoas com mais de 65 anos.
Na "Notícias Magazine", não é de perder o perfil de João Galamba, o novo ministro das Infraestruturas, traçado por Alexandra Tavares-Teles. Um homem "impulsivo" e "criativo nas soluções".
E se estiver em maré de planeamento de viagens (ou se for da região e quiser saber o que anda a perder), siga para a "Evasões", que mostra tudo o que a ilha Graciosa tem para revelar. Ele é queijadas e termas, moinhos e monumentos naturais. E mais.