Não fizemos uma sondagem, mas o drama do tráfico e consumo de droga no Porto, nomeadamente na zona da Pasteleira, será um dos temas que mais aflige os portuenses por estes dias. Rui Moreira sabe disso e desafiou os deputados que recusaram a proposta de recomendação da autarquia para criminalizar o consumo de droga a virem à cidade dizer às pessoas que está tudo bem. Quem tem coragem?
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"É preciso ter uma lata muito descarada para dizer que isto [a descriminalização do consumo de droga] é um sucesso. Aqui não é", disse, esta segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto, em resposta às palavras de deputados que rejeitaram a recomendação da autarquia para que o Governo criminalize o consumo na via pública. E deixou um aviso: "Ninguém nos dá lições nesta matéria".
Mais ou menos descaradas, as posições de Rui Moreira sobre o tema não parecem incomodar ninguém, em Lisboa. "É muito fácil estar no Parlamento e não compreender qual é o drama que aquelas pessoas vivem", criticou o autarca.
Num país em que descaramento e política têm andado de mãos dadas, o caso TAP/ Alexandra Reis continua a dar que falar. Depois de o jornal Público ter noticiado que a ex-administradora, que saiu da companhia aérea com uma indemnização de 500 mil euros, não declarou o rendimento no Tribunal Constitucional, a própria veio garantir que a verba consta da declaração, mas num valor inferior por causa dos impostos.
Ainda sobre a TAP, a boa notícia do dia é que a greve marcada para o período entre 25 e 31 de janeiro foi desconvocada. Os tripulantes de cabine aceitaram a proposta da empresa e a paralisação de sete dias, que poderia levar ao cancelamento de 1316 voos e a prejuízos de 48 milhões de euros, foi cancelada.
Descarados são também os aumentos nas comunicações. Altice (dona da Meo), Nos e Vodafone ignoraram por completo o apelo da Autoridade Nacional de Comunicações para evitarem aumentos "disruptivos" este ano e vão atualizar os preços dos serviços até 7,8%. Contas feitas pelo Dinheiro Vivo/JN, a decisão significará um agravamento da despesa até 84 euros na fatura anual das telecomunicações.
Com muita lata e cheia de razão, a Associação Nacional de Cuidadores Informais vai amanhã à Assembleia da República alertar os deputados para o facto de estes cuidadores continuarem sem reconhecimento, sem existir. A vice-presidente da associação, Maria Anjos Catapirra, diz que a única coisa em vigor é o subsídio de apoio que "chega a duas mil e poucas pessoas", quando, segundo estimativas da Segurança Social, haverá cerca de 1,1 milhões de cuidadores informais.