Poderemos estar a viver aquele que será considerado um dos anos mais quentes de sempre. Na política, o "calor" também apertou com a vitória de Donald Trump. Em Moçambique, a instabilidade política faz temer pela vida. Com a saúde não se brinca, mas os atrasos na linha 112 estão, ao que tudo indica, a custar vidas.
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Mais um dia passou e muitos ainda não acreditarão na forma esmagadora como Donald Trump ganhou as eleições norte-americanas, dando aos republicanos, segundo os dados já apurados, um domínio inquestionável nas duas câmaras do Congresso. Na realidade, já se entrou na fase II do processso (a fase III será só em janeiro, com a tomada de posse). O que se discute agora liga-se com os altos cargos na nova Administração. Os principais candidatos aos lugares mais importantes revelam que o presidente eleito não quer cometer os erros do passado, consolidando o trumpismo. Sobre esse assunto, vale a pena ler a análise do jornalista Gabriel Hansen sobre o assunto.
Mantendo-nos no plano externo, Moçambique voltou a ser notícia nas últimas semanas pelos piores motivos, vivendo agora momentos difíceis no seu dia a dia. Para quem tenha andado mais desligado deste assunto, convém lembrar que a antiga colónia portuguesa passou, recentemente, por um escrutínio cujo resultado não foi aceite por todos, bem pelo contrário. Tudo começou com o anúncio pela Comissão Nacional de Eleições, a 24 de outubro, dos resultados das eleições de 9 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a presidente da República, com 70,67% dos votos. Os protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, marcaram as semanas seguintes. A gravidade é tal que o Consulado-Geral de Portugal em Maputo criou um grupo na rede social WhatsApp "para disponibilizar um canal de comunicação direta adicional", tendo em conta a "atual situação de instabilidade" em Moçambique.
Olhando, agora para questões globais de cariz climático, assunto "quente" devido às chuvas e enxurradas ocorridas em Valência a 29 de outubro e dias seguintes, surgiu agora um dado novo. A dois meses do ano terminar, é “quase certo” que 2024 será o primeiro ano em que a temperatura média do planeta irá ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, segundo a projeção do Copérnico. Outubro deste ano foi o segundo mais quente desde que há registo. Não será por isso de estranhar que as temperaturas dos oceanos também tenham subido, o que em parte explica, segundo especialistas, o fenómeno valenciano que tem sido seguido pelo JN.
Por cá, contabilizam-se pelo menos sete casos de pessoas que morreram por, alegadamente, terem estado à espera do atendimento do INEM através da linha 112. No caso da morte no Algarve, o instituto diz que foram realizadas "quatro tentativas de contacto com o local", mas sem sucesso. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) decidiu, esta quinta-feira, suspender a greve às horas extraordinárias, para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, depois de ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde. Um primeiro passo para estabilizar o serviço.
Um bom resto de dia e boas leituras, aqui, no seu JN.