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Uma frequência que se torna assustadora. Umas atrás das outras, as tempestades repetem-se de forma tão comum que corremos o risco de as desvalorizar. Mas não foi só chuva e vento. O agressivo Martinho provocou milhares de ocorrências e prejuízos, deixou feridos e desalojados e foi o nome mais citado nesta quinta-feira.
Há quanto tempo nos habituamos a conhecer o nome das depressões? E que impacto têm as notícias que lemos, vemos e ouvimos sobre os estragos deixados pelas tempestades? A passagem violenta de Martinho - Laurence foi mais tímido, no início da semana - fez estremecer o país e liderou inevitavelmente o noticiário.
Desde as 7 horas até ao final do dia, o JN acompanhou ao minuto o dia difícil em todas as regiões e foi contabilizando os estragos: telhados arrancados, aeronaves de rodas para o ar, árvores caídas, falhas de água e eletricidade, estradas cortadas, pessoas desalojadas. Ao todo, foram quase seis mil ocorrências, milhões de euros em prejuízos, e até feridos. Em Sintra, uma mulher com cerca de 30 anos está com um "prognóstico muito reservado" depois de ter sido atingida por uma árvore. As fotografias ilustram bem a agressividade da depressão.
Outro acontecimento violento que marcou o final do dia foi a morte de um homem de 68 anos, em Santa Maria da Feira, na sequência de um ataque com cães. O jornalista Salomão Rodrigues conta-lhe a história.
O dia ficou ainda marcado por outro tema - e não, não envolveu a classe política - que o jornalista Tiago Rodrigues Alves acompanhou durante oito horas no Tribunal de São João Novo, no Porto. A novela da Operação Pretoriano teve esta quinta-feira o terceiro episódio, contado ao pormenor e ao minuto, e contou com a aparição do presidente do F. C. Porto. André Villas-Boas negou responsabilidades nos incidentes da Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, responsáveis pela investigação. A próxima sessão é na segunda-feira.
No mesmo tribunal, o jornalista César Castro acompanhou a primeira sessão do julgamento de Maria Santos, uma empregada doméstica de 52 anos que confessou ter recrutado dois homens para assaltar a casa dos antigos patrões, na Foz, em março do ano passado. Uma história para ler aqui.
Ainda no Porto, soube-se esta quinta-feira que a autarquia vai expropriar um prédio de cinco pisos em ruínas, mesmo junto à Ponte de Luís I, para o incluir no mercado de arrendamento acessível, após obras de reabilitação. O jornalista Hugo Silva explica-lhe o que está em causa.
Lá fora, o complexo cenário geopolítico continua a marcar a atualidade com Emmanuel Macron a ser novamente protagonista. O jornalista Gabriel Hansen escreve sobre o "manual de sobrevivência" que o Governo francês quer distribuir aos cidadãos para os ajudar na preparação de "ameaças iminentes" como uma invasão ou um conflito armado. Caso seja aprovado pelo primeiro-ministro, o livro com 20 páginas e 63 recomendações será entregue às famílias ainda antes do verão. Outra notícia que nos deixa a pensar.
Não faltam sugestões para ler e refletir. Boas leituras.