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Pelo menos oficialmente, a campanha eleitoral ainda não arrancou. Mas o ambiente que se vive não deixa dúvidas de que nos aproximamos de um ato eleitoral decisivo. Os líderes dos partidos andam na rua, não estão à espera que chegue o próximo domingo para tentar convencer os portugueses que têm as melhores propostas para o País. Luís Montenegro ainda não desceu o Chiado, mas já fez uma arruada no Martim Moniz, com direito a discurso e tudo. O alvo foi, claro, Pedro Nuno Santos. Mais a sul, o líder socialista andou por Beja, a falar para quem estava em Lisboa, como se o debate de ontem à noite não tivesse terminado e ainda continuassem a esgrimir argumentos.
O que certamente acompanhará a campanha eleitoral até ao último minuto serão as reivindicações dos elementos das forças de segurança, mantendo-se a incógnita sobre quão longe poderão ir os protestos e quais as consequências que daí advirão. Para já estão na mira de um processo disciplinar. Em causa a manifestação não autorizada frente ao Capitólio onde decorria , na noite de segunda-feira, o debate entre os líderes do PS e do PSD, numa tentativa de coação, como classificou o líder socialista. Hoje o comando geral da PSP veio esclarecer que as circunstâncias serão averiguadas.
Lá por fora o mundo apresenta-se cada dia mais perigoso. Em Gaza, civis continuam a ser alvo das forças israelitas que não dão tréguas à busca de membros do Hamas, seja em túneis ou em hospitais. Ontem mais uma proposta de cessar fogo apresentada pala Argélia, na ONU, mereceu o veto dos Estados Unidos.
No Reino Unido discute-se o futuro de Julian Assange, o jornalista e ativista australiano preso desde 2012 e que agora corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde será julgado por espionagem.
Afinal qual foi o crime de Assange? Publicou centenas de milhares de documentos confidenciais relacionados com a conduta dos militares norte-americanos durante as guerras do Afeganistão e do Iraque. Denúncia que poderá valer a integração do seu nome na lista dos candidatos ao prémio Nobel da Paz.
Os condicionalismos à liberdade de expressão são globais. A viúva de Alexi Navalny, disposta a prosseguir a missão do marido morto, acaba de ser silenciada na rede social X.
Há que encontar formas de contrariar o cinzento da atualidade. De imediato não me ocorre nada melhor que uma boa partida de futebol. O F. C. Porto, única equipa portuguesa a manter-se na Champions, defronta amanhã o Arsenal. Temo ter más notícias. Se ainda não comprou bilhete, terá de assistir à partida no sofá.