Vislumbre de esperança entre nuvens negras e implosões de ódio
Homicídios fúteis e tenebrosos, discussões acaloradas sobre o futuro do país, despedimentos coletivos e protestos massivos, uma parte do Mundo a um passo do precipício. Há demasiadas notícias más difíceis e complexas, mas ainda há motivos para ter esperança. E no final deste texto, a certeza de que o leitor irá sorrir.
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O tema é incontornável e assume uma importância reforçada já que o futuro político do país parece continuar incerto. Esta quinta-feira foi dia de debate quinzenal no Parlamento, num plenário marcado pelo impasse do Orçamento do Estado para 2025, onde Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e André Ventura garantiram que não querem eleições antecipadas.
Apesar da troca de acusações ao longo da tarde, o primeiro-ministro e os líderes do Partido Socialista e do Chega afirmaram que não querem voltar às urnas, como nos contaram os jornalistas Carla Soares e João Vasconcelos e Sousa, mas atiraram entre si a responsabilidade caso isso aconteça. Mas o presidente da República está convicto de que, até ao último segundo, haverá Orçamento. Uma novela que terá certamente mais capítulos para contar nos próximos dias.
Uma história que também ainda não está concluída é a do triplo homicídio em Lisboa. Mais de 24 horas depois de o crime hediondo cometido alegadamente por motivos fúteis no Bairro do Vale, na Pena de França, o suspeito de 33 anos continua a monte, mas o JN reuniu os elementos do que se sabe até agora sobre o caso.
Após a notícia de que o socorro demorou 40 minutos a chegar ao bairro, a jornalista Inês Schreck questionou o INEM, que recusou que tenha havido atraso na assistência. Porém, houve um "impasse" até que as equipas recebessem autorização das autoridades para entrarem em segurança no local.
Há ainda desenvolvimentos sobre duas catástrofes que aconteceram nos últimos meses. As famílias dos cinco militares da GNR que morreram na queda de um helicóptero de combate a incêndios, a 30 de agosto, vão receber uma "compensação especial por morte" de 205 mil euros cada. Muito ou pouco, o valor não irá sossegar os familiares dos militares, é certo, mas é um alento.
Por outro lado, e três meses depois de a fábrica da DAT-Schaub Portugal ter sido consumida pelas chamas, a empresa de Vila Nova de Gaia vai avançar com um despedimento coletivo de 125 trabalhadores. Os jornalistas Hermana Cruz, Miguel Amorim e Ana Correia Costa detalham que o cenário nunca foi colocado em cima da mesa e que a empresa recebeu apoios municipais para se evitarem despedimentos.
Lá fora, a situação no Médio Oriente continua em polvorosa. O jornalista Gabriel Hansen explica-nos por que razão o português António Guterres foi considerado "persona non grata" por Israel, no dia em que Josep Borrel voltou a reiterar o seu apoio ao secretário-geral das Nações Unidas. A jornalista Ana Peixoto Fernandes foi à Galiza para a abertura do VI Foro La Toja, onde esteve o chefe da diplomacia europeia. "Ainda não estamos plenamente numa guerra, mas estamos perto", alertou Borrel em O Grove.
A notícia mais feliz do dia está quase aí, mas antes disso, só um aviso: esta sexta-feira há greve nacional dos trabalhadores não-docentes, pelo que muitas escolas poderão estar fechadas. O sindicato avisou que o protesto vai encerrar a maioria dos estabelecimentos e que, aqueles que se manterão abertos, não conseguirá garantir a segurança dos alunos.
E por falar em estudantes, aqui está o motivo para sorrir: Pedro Amauri de Oliveira é o primeiro aluno cego a concluir um doutoramento em Direito, na Universidade de Coimbra. A jornalista Salomé Filipe dá-nos a notícia deste doutorado que defendeu a tese na companhia do seu cão-guia. Que a inclusão e a preserverança, no mundo académico e não só, sejam sempre pilares num mundo por vezes tão sombrio.