A rubrica "Partida, Largada, Fugida", por Susana Romana
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Ontem foi 5 de outubro, mas infelizmente, por ser domingo, não tivemos feriado para celebrar o fim da monarquia. O que é desconfortável, porque até calha numa altura em que Ventura se comporta como um rei.
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O Chega ajudou o Governo a aprovar a Lei dos Estrangeiros. Se por "ajudar" entendermos "dar a mão que mais tarde vai servir para espetar um calduço e roubar eleitorado".
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Há esta preocupação em não tornar o tuga extinto. Mas o INE diz que em 2057 seremos menos de 10 milhões, com o envelhecimento demográfico a ser atenuado pela... imigração. Mas mais vale ficarmos só cá cinco ou seis, a trocar fraldas de incontinência uns aos outros.
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O Chega tem tido a gentileza de nos ir levando ao circo. Filipe Melo enviou beijos à deputada do PS Isabel Moreira enquanto exercia funções de vice-secretário da Mesa. Dizem que a AR parece uma tasca, mas isto já é comportamento de idoso só de gabardina à porta de um liceu.
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Depois foi o deputado Pedro Frazão a dizer que Hugo Soares do PSD o tinha ameaçado de porrada, quando afinal a palavra era morada. Espero que Frazão nunca venha a ser carteiro, ou vai bater nos destinatários das cartas em vez de lhes entregar as missivas.
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Um dos temas da semana foi o conceito de "renda moderada", criado pelo Governo como indo até aos 2300 euros. Se fosse o Governo a fazer aqueles anúncios de bebidas alcoólicas do "beba com moderação", estava a valer até três clisteres de absinto.
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O Governo diz que estas contas são para chegar aos casais de classe média, em que ambos juntos ganham mais de cinco mil euros. Conto-lhes eu que em Portugal a classe média é aquela que se dá ao luxo de às vezes comprar a carne que está em fim de prazo?
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Na próxima sexta vai ser anunciado o Nobel da Paz. Se Trump vencer, passa a ser oficial que aquela medalha tem tanta autenticidade como os Dot da SIC que colávamos no televisor em 2000.