
Rita Chantre
O objeto escolhido pela compositora e cantora.
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A guitarra é o meu instrumento que toco desde os 10 anos. Comecei pelo piano, mas foi pela guitarra que comecei a querer cantar, a querer compor. Toco todos os dias, uso-a no palco, nos concertos, em casa. É com ela que componho as minhas músicas. Esta guitarra cor-de-rosa, uma Fender, recebia-a no meu dia de anos, dos 30 anos, o EP chama-se "trinta", faz sentido aqui estar.
Tenho seis guitarras, penduradas em casa, todas desde os meus 10 anos. A primeira era, na verdade, de uns amigos dos meus pais, foi "emprestadada", comecei a aprender a tocar e fiquei com ela. Usei-a na produção deste EP, encontrei-a no sótão dos meus pais, trouxe-a para minha casa, tentei dar-lhe uma nova vida.
As guitarras acústicas precisam de trocar de cordas com regularidade, o que é normal, algum tratamento no braço com óleo de madeira, e isso consigo fazer em casa. As elétricas precisam de outros cuidados, de limpeza, e podem ficar desafinadas nesse processo. Por isso, levo-as a um senhor, prefiro não arriscar.
Na composição, tenho um método que costuma resultar melhor, acho eu. Escrevo o poema primeiro e já o faço com ritmo. Cada verso, cada estrofe, tem um ritmo, mas ainda sem melodia. Pego na guitarra, encaixo a letra com os acordes, e gravo. Habitualmente, a primeira versão é a melhor, aprendi que tenho de gravar logo, canção, voz, guitarra. Oitenta por cento das minhas canções nascem assim, 20% surgem num retiro musical, no Algarve, com o meu produtor Choro. Aí começamos pela produção e composição antes da letra. Levamos muita coisa para o Algarve. Levo a guitarra cor-de-rosa, um teclado antigo que tenho. O Choro leva vários instrumentos.
Inês Marques Lucas acaba de lançar "trinta", o seu primeiro EP. Cada canção representa uma aprendizagem ao longo dos seus 30 anos de vida. Tem concerto na Casa do Capitão, Lisboa, dia 23 de janeiro de 2026. E está no cartaz do Primavera Sound, no Porto.
