Uma modalidade que alia movimentos de ballet, pilates e treino funcional, começando a conquistar cada vez mais praticantes em Portugal.
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Criado por uma bailarina alemã radicada em Londres na década de 1950, o barre nasceu da necessidade de reabilitação após uma lesão sofrida por Lotte Berk. A partir dessa experiência, desenvolveu um método de exercício físico que alia movimentos do ballet clássico a técnicas de reabilitação, utilizando a barra de ballet como suporte para fortalecer e alinhar o corpo. Desde então, a prática evoluiu, espalhou-se internacionalmente e deu origem a diversas variações.
Já no século XXI, especialmente no Brasil, surgiu uma abordagem mais dinâmica - o Ballet Fitness - que valoriza movimentos técnicos do ballet, ganhando popularidade antes mesmo de o barre se estabelecer como tendência na Europa. Em Portugal, a modalidade tem vindo a crescer de forma consistente. Como explica a professora Sofia Bichão, "o barre é ideal para pessoas sem experiência prévia, que pretendem melhorar o seu condicionamento físico". Sublinha ainda que, gradualmente, "Portugal tem vindo a abraçar esta prática, com cada vez mais pessoas a descobri-la através de profissionais estrangeiros que a trouxeram para cá".

Referência na prática de barre em Portugal, Sofia Bichão possui uma formação sólida e multidisciplinar em dança, pilates e ioga. Licenciada em Dança pela Escola Superior de Dança, iniciou a sua formação no ballet aos três anos de idade, tendo concluído o percurso da Royal Academy of Dance, em Londres, e frequentado o Conservatório Nacional de Dança. Paralelamente, é formada em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, com uma pós-graduação em Marketing, Comunicação e Gestão de Media. Esta combinação de competências permitiu-lhe desenvolver uma visão holística, unindo conhecimento técnico à estratégia de comunicação necessária para lançar a sua própria marca: a BBody Barre.
"Conheci o barre de forma muito natural e fluída", partilha Sofia. Começou a dar aulas em 2018, após transitar do Ballet Fitness para o barre, integrando a componente de força e consciência corporal.
O barre distingue-se por ser uma modalidade que trabalha o corpo de forma integrada, promovendo equilíbrio, resistência e consciência corporal através de movimentos repetitivos e controlados, sempre coordenados com a respiração. As aulas decorrem em três momentos distintos: junto à barra, no centro da sala e no chão. Cada fase inclui exercícios que combinam tonificação muscular, flexibilidade e controlo postural.

Sofia destaca a importância de começar e terminar cada sessão com um "foco consciente", realçando o papel central da respiração em todo o processo. Embora maioritariamente frequentado por mulheres, o barre é uma prática inclusiva, sem restrições de género ou idade. "É uma modalidade acessível a qualquer pessoa, mesmo sem formação em ballet", reforça. Comparativamente ao ballet ou ao pilates, o barre oferece uma abordagem mais versátil e adaptável, ideal para quem procura um treino completo com baixo impacto articular. Os exercícios podem ser ajustados ao nível de cada praticante, permitindo uma progressão individualizada.
Atualmente, a prática tem vindo a diversificar-se, com variações como barre & cardio, barre yoga, barre pilates e barre dance, para além do formato tradicional. Estas abordagens combinam diferentes estilos e intensidades, mantendo a modalidade atual e apelativa.
"Desta forma, o barre responde à crescente procura por métodos de treino que integrem força, flexibilidade e resistência cardiovascular", afirma a instrutora. Mais do que uma tendência, o barre é uma prática que trabalha corpo e mente, promovendo melhor postura, foco e consciência corporal.

