Projeto europeu IntelliWind está a decorrer até 2028 e integra a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) integra o consórcio IntelliWind, projeto que recebeu um financiamento de quatro milhões de euros da Comissão Europeia para formar investigadores capazes de desenvolver sistemas inteligentes que ajudem a tornar a gestão de parques eólicos mais eficiente. O trabalho arrancou em setembro e está a decorrer até 2028.
Na prática, o consórcio, que é liderado pela Universidade Técnica da Dinamarca e integra, além da FEUP, várias universidades europeias e diversas empresas do setor, visa a formação avançada de recursos humanos, mais concretamente de 16 pessoas que farão doutoramento na área de gestão de parques de geradores eólicos. Nenhum é português, mas três estão no processo de inscrição da Universidade do Porto e integrados em instituições em Portugal, especifica Filipe Magalhães, professor no Departamento de Engenharia Civil e Georrecursos e membro do CONSTRUCT - Instituto de I&D em Estruturas e Construção da FEUP, que conta com a colaboração dos investigadores Francisco Pimenta e Sérgio Bouça Pereira.
Serão os futuros doutores que irão “desenvolver ferramentas” que permitam aos gestores dos parques gerirem os seus ativos com menos custos, antecipando problemas ou evitando que estes “escalem”, refere Filipe Magalhães. Também procurarão encontrar formas de “estender a vida” dos aerogeradores, cujo prazo de vida oscila entre os 20 a 25 anos. Em Portugal, onde dois terços dos 2800 aerogeradores (6 GW) que operam em terra foram instalados entre 2005 e 2011, a questão assume particular importância, pois poderá fazer com que se evite o desmantelamento de máquinas cuja capacidade ainda não está esgotada. Além disso, o país avança para a instalação de aerogeradores offshore, sendo importante tirar o máximo partido do investimento.
Uma das linhas de trabalho, explica Filipe Magalhães, passa por colocar mais sensores nas estruturas, para conseguir mais informações úteis. Em seguida recorrer-se-á a inteligência artificial (algoritmos inteligentes) para tirar o melhor partido das medições. Também se pretende desenvolver modelos numéricos, ou seja, réplicas digitais das máquinas a serem observadas, para “fazer ensaios, antever cenários alternativos de operação e perceber as vantagens” de algumas intervenções.