A rubrica "Partida, Largada, Fugida"
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Hoje é dia de São Pedro, o último dos Santos Populares. Muito celebrado por pessoas de Direita, que ainda sonham com um regresso de São Pedro Passos Coelho.
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A semana foi marcada por regras bem mais apertadas na Lei da Nacionalidade. Estou do lado do Governo. Pessoas que escolhem de livre e espontânea vontade ser portuguesas não podem jogar com o baralho todo, é melhor ir com cautela.
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Entre as regras, bebés de pais estrangeiros deixam de ter nacionalidade automática. Depende dos anos de residência e do preenchimento de burocracias, que a AIMA tem poucas. Acho bem, não queremos cá bebés de 6 meses a roubar-nos trabalho em anúncios da Cerelac.
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O Governo também quer impor restrições ao reagrupamento familiar. Novamente, louvável. Um dia destes ainda apanhamos um Uber e o imigrante que vai a conduzir leva um ovinho com o filho atrás. Que horror, o que iam pensar os nómadas digitais?
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Esta regra, claro, não se aplica aos “profissionais qualificados” nem aos vistos gold. Esses podem mandar vir a família, os amigos, o ginecologista, o jardineiro, o PT de pilates... Escusam é de mandar vir o contabilista, porque não vão pagar impostos.
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Luís Montenegro ainda mal começou um novo mandato e isto já parece um filme da Missão Impossível. Não no sentido de explosões ou grau de dificuldade, é só mesmo porque parece que tirou uma máscara de borracha e afinal é o Ventura.
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Entretanto, Donald Trump arranjou um caniche adorável. Chama-se Mark Rutte e é secretário-geral da NATO. Não rói rodapés, mas faz chichi em cima das leis internacionais.
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Trump e Rutte querem que a Europa use 5% do PIB para a Defesa. Portugal compromete-se com 3,5%. Da próxima vez que uma escola não tiver condições, vou poder ficar descansada porque ao menos temos tanques. Pode ser que os miúdos possam lá ter aula de Matemática.