Projeto Green Gap une administrações públicas e academias dos dois países para o desenvolvimento de projetos-piloto.
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O Green Gap, um projeto que pretende impulsionar infraestruturas verdes a norte de Portugal e na Galiza para promover a biodiversidade e atenuar os impactos das alterações climáticas, quer evidenciar a importância de se trabalhar em rede, juntando academias e administrações a diversos níveis. Uma necessária conectividade ecológica que não se atém a fronteiras.
O projeto inclui sete projetos-piloto, que no futuro servirão de “inspiração” para outras áreas, adianta Paulo Cruz, presidente da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, uma das entidades envolvidas neste esforço. Em Portugal, decorrem ações em Guimarães e Paredes de Coura, dois territórios selecionados pelos “desafios evidentes ao nível da fragmentação ecológica, mas também um forte potencial de regeneração através de soluções baseadas na Natureza”. Neles, os municípios irão “implementar e executar” infraestruturas, guiando-se pelos “princípios orientadores” que as universidades do Minho e da Corunha estão a plasmar num guia.
Em Guimarães, concretiza Cruz, as ações focam-se na renaturalização e recuperação da ribeira da Agrela, com o objetivo de favorecer a regeneração das zonas próximas do curso fluvial na sua passagem por zonas urbanas e rurais; e a valorização da biodiversidade e redução do risco de incêndio na Rota da Biodiversidade. Em Paredes de Coura, o foco é na melhoria ecológica e promoção da biodiversidade na envolvente do rio Coura (Praia do Taboão) e na gestão sustentável das faixas de defesa da floresta primária na área da Rede Natura “Corno do Bico” através do pastoreio preventivo.
O Green Gap, a decorrer até 2026, conta com um orçamento de 2,18 milhões de euros (1,63 milhões dos quais financiados pelo FEDER), envolve administrações públicas de âmbito nacional e local dos dois países, algo “fundamental para garantir a sustentabilidade, a escala e a integração destas iniciativas nas políticas territoriais e urbanas”, uma vez que são estas entidades “que detêm os instrumentos de planeamento, os recursos e a capacidade de replicação das boas práticas”, refere Paulo Cruz.
Além dos municípios Guimarães e de Paredes de Coura, das universidades do Minho e da Corunha e do Laboratório da Paisagem, o projeto integra o Concello de Pontevedra, a Diputación de Ourense, o Instituto de Estudos do Território, a Fundación CEER, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente.