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Portugal tem pela frente o desafio de ganhar a batalha da Economia da Confiança. O Orçamento para 2025 e as políticas públicas associadas deverão ser o primeiro sinal na construção duma verdadeira Agenda de Economia de Confiança. A Agenda da Economia da Confiança deverá assentar na Inovação e Criatividade como fatores centrais de uma nova confiança, de uma ambição global, de uma capacidade de construir soluções para novos problemas. Uma Sociedade da Inteligência. Precisamos dessa atitude em Portugal e por isso impõe-se uma cultura de mudança. Portugal tem que acreditar que há um momento depois da troika e que a sociedade está preparada para os seus desafios.
Os conhecidos baixos índices de capital estratégico no nosso país e a ausência de mecanismos centrais de “regulação positiva” têm dificultado o processo de afirmação dos diferentes protagonistas desta Agenda da Economia da Confiança. Independentemente da riqueza do acto de afirmação individual da criatividade, numa sociedade do conhecimento, importa de forma clara “pôr em rede” os diferentes actores e dimensioná-los à escala duma participação global imperativa nos nossos tempos. Apesar dos resultados de iniciativas diversas na área da política pública, vocacionadas para posicionar o território no competitivo campeonato da inovação e conhecimento, falta uma estratégia transversal.
A consolidação do novo papel da Agenda da Economia da Confiança entre nós passa em grande medida pela efectiva responsabilidade nesse processo dos diferentes actores envolvidos – Estado, Universidade e Empresas. No caso do Estado, no quadro do processo de reorganização em curso e de construção dum novo paradigma tendo como centro o cidadão-cliente, urge a operacionalização de uma atitude de mobilização activa e empreendedora da revolução do tecido social. A Reinvenção Estratégica do Estado terá que assentar numa base de confiança e cumplicidade estratégica entre os atores empreendedores que actuam do lado da oferta e os cidadãos que respondem pela procura.
Cabe naturalmente às empresas um papel claramente mobilizador na afirmação da Agenda da Economia da Confiança em Portugal. Pelo seu papel central na criação de riqueza e na promoção de um processo permanente de reengenharia de inovação nos sistemas, processos e produtos, será sempre das empresas que deverá emergir o “capital expectável” da distinção operativa e estratégica dos que conseguirão ter resultados com valor alavancado na competitiva cadeia do mercado. Aqui a tónica tem mais do que nunca que ser pragmática, como demonstram as sucessivas ações externas realizadas recentemente.