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O Orçamento do Estado é sempre motivo de debate e de notícias. Este ano, fruto da inexistência de maioria parlamentar e dos desencontros políticos que têm marcado o panorama político pós-eleitoral, a discussão parece ter-se alargado e isso é positivo.
É uma forma de trazer os cidadãos para o debate político de que tanto se têm afastado.
Se a existência de um acordo entre Governo e Oposição nos garante estabilidade política, a verdade é que a agitação que sempre acompanha os governos sem maioria parlamentar pode ser uma forma de aproximar os cidadãos dos seus representantes, já que torna o debate mais vivo e até, de certa forma, mais claras as várias opções políticas.
Quanto mais debatermos as diferentes propostas para o Orçamento do Estado, melhor. São as diferenças entre opções dos vários partidos que permitem que os cidadãos estejam mais bem informados e façam as suas escolhas.
Ao primeiro-ministro interessa sobretudo assegurar um Orçamento que lhe permita governar com o mínimo de sobressaltos e bate-se por esse objetivo. Mas se não for alcançado um acordo de viabilização do Orçamento, a democracia não está em perigo, haja ou não eleições no horizonte.
Veja-se como tantos países europeus, cuja instabilidade governativa interna nunca pôs em causa a democracia e o próprio funcionamento do Estado, mantiveram os seus alicerces políticos perfeitamente estáveis. Simplesmente discute-se mais e os próprios cidadãos são arrastados para esse debate. E isso é positivo.