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Fomos surpreendidos com a morte súbita de Miguel Macedo, uma figura de referência da nossa vida política e cívica que muitos se habituaram a admirar pela sua simplicidade e inteligência. Tive – como muitos colegas e amigos – a oportunidade de o conhecer em meados dos anos 80, quando nas nossas universidades fazíamos da vida associativa uma âncora de partilha das melhores ideias e de dinamização de uma agenda de participação e mobilização juvenil que ele apoiou de forma entusiástica como governante. Miguel Macedo foi um exemplo na sua dedicação à causa cívica e um grande protagonista em vários momentos importantes da nossa causa pública, com quem tínhamos um grande gosto em poder partilhar a discussão das melhores ideias e conhecimento.
Miguel Macedo acreditava que na nossa sociedade importa assumir uma cultura de risco inteligente. A falta de ambição e de um sentido de futuro, sem respeito pelos fatores tempo e qualidade não era para ele tolerável nos novos tempos globais. Segundo as suas palavras – partilhadas nos múltiplos encontros entre associativos da mesma geração - precisamos de novas ideias, de novas soluções, de projetar na sociedade o exercício da responsabilidade individual de forma aberta e participada. Miguel Macedo era um homem onde a vontade de fazer coisas novas e diferentes o motivava a participar sempre em novas iniciativas, sabendo melhor do que ninguém interpretar o sentido do tempo e a importância de se ser diferente num mundo onde tudo é cada vez mais igual.
A memória de Miguel Macedo continua bem viva em todos aqueles que acreditam num projeto de futuro para a nossa sociedade e a nossa economia. O seu forte sentido estratégico e grande capacidade de gestão operacional estiveram sempre presentes nos muitos projetos em que esteve envolvido. E a sua indomável vontade em mobilizar gerações para a batalha da modernidade e do futuro continuará a ser uma referência presente nos desafios que se colocam à nossa sociedade.