Os 30 anos do Relatório Porter
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Termina hoje o Ciclo de Smart Discussions do Grupo Sharing Knowledge de celebração dos 30 anos do Relatório Porter com uma sessão com Carlos Costa sobre os desafios da economia portuguesa. Foi um ciclo que contou com a intervenção de vários gestores e académicos e uma grande discussão sobre os desafios que se colocam à competitividade da nossa economia. Temos grandes desafios na criação de valor empresarial e na afirmação da nossa marca nos mercados internacionais, que nos devem mobilizar a todos enquanto economia e sociedade. Revisitar Michael Porter é assim apostar num novo contrato de confiança para o futuro.
Tudo tem de começar pelo capital social. Trata-se claramente do vértice mais decisivo do capital estratégico que importa construir neste novo tempo. O exercício de maior cumplicidade estratégica entre os diferentes players terá de ser a base para um novo contrato de competência e confiança na economia e na sociedade. Não se realizando por decreto, não restam dúvidas que esta ação de competence building de entidades da administração pública central e local, centros de ensino e saber, empresas, associações e demais protagonistas da sociedade só tem sentido de eficácia se resultar dum exercício de cumplicidade estratégica entre os diferentes protagonistas. E isso implica esforço de concertação e convergência de opções e soluções assumidas.
Cabe às empresas o papel central na criação de riqueza e promoção duma cultura sustentada de geração de valor, numa lógica de articulação permanente com universidades, centros de competência e outros atores relevantes. São por isso as empresas essenciais na tarefa de endogeneização de ativos de capital empreendedor com efeito social estruturante - a leitura da sua prática operativa deverá constituir um exercício de profunda exigência em termos de análise. Tendo sido as empresas - Endogeneizar dinâmicas de inovação proativa em articulação com o mercado, geradora de novos produtos e serviços; reforçar a responsabilidade individual do empresário enquanto agente socialmente responsável pela criação de riqueza; fazer do trabalhador um empreendedor ativo consciente do seu papel positivo na organização; fazer da “empresa” um espaço permanente de procura da criatividade e do valor transacionável nos mercados internacionais; consolidar uma cultura de cooperação ativa entre empresas nacionais e internacionais, pequenas e grandes - são estas as palavras-chave de uma nova estratégia para uma nação inteligente.