Trabalhadores de subempreiteira da EDP estão num só apartamento em condições denunciadas pelo sindicato.
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A Direção do Sindicato da Construção civil exigiu segunda-feira, em Fornos de Algodres, que a Autoridade para as Condições do Trabalho intervenha e ponha fim à permanência de 18 trabalhadores de uma subempreiteira da EDP no mesmo apartamento de três assoalhadas.
"O que se passa aqui é desumano e o instituto que não intervém adequadamente no setor não deveria perder tempo, mas sim ver a situação com os próprios olhos", disse Albano Ribeiro ao JN.
De acordo com o dirigente sindical, os trabalhadores vivem "ao monte" na mesma casa que dispõe apenas de uma casa de banho. "Fazem fila para tomar banho e dormem até em camas espalhadas na cozinha", afirmou o sindicalista, enquanto aguardava que os homens chegassem a casa do encarregado-geral, onde habitualmente fazem a última refeição do dia.
Mas não é tudo. Segundo Albano Ribeiro, os trabalhadores da empresa Silva e Vinhas, com sede em Penafiel, realizam tarefas abaixo das suas qualificações. "São eletricistas, mas são usados como serventes", precisou o dirigente, que ainda acusou a empresa de não pagar horas extraordinárias nem as quatro horas semanais que gastam na deslocação. Questões que já terão sido expostas pelo Sindicato à administração da firma especializada em redes de transportes, eletricidade e telecomunicações.
"Houve uma reunião no dia 2 deste mês, mas responderam-nos que estavam a cumprir e transferiram a responsabilidade para o encarregado-geral da obra", disse ainda. Os trabalhadores não quiseram falar e o encarregado da obra que está a ser feita nos distritos da Guarda e Viseu também esteve disponível para esclarecimentos.