A EB 1 de Aboim da Nóbrega, Vila Verde, está sem professor para os terceiros e quartos de escolaridade. Os pais ameaçam fechar a escola a cadeado na próxima semana e ontem pediram ajuda a Cavaco Silva na passagem do presidente da República pelo concelho.
Corpo do artigo
"Não têm professor?", admirou-se Cavaco Silva, lendo as faixas que alguns pais de Aboim da Nóbrega exibiam. O presidente da República quebrou o protocolo, à saída da inauguração do Centro Escolar Monsenhor Elísio, e dirigiu-se ao grupo de 15 pais que exibiam a sua indignação pela falta de professores na EB 1 de Aboim da Nóbrega para os alunos dos 3º e 4º anos. Todavia, sem muito poder fazer, o presidente da República limitou-se a desejar que "o problema venha a ter resolução".
Mas os pais mantêm-se cépticos. E revoltados. "Olhe, nem sei o que dizer. Como é possível o ano lectivo ter começado e não termos professor para os miúdos? Já nos tiraram um professor este ano, pois havia um para cada turma, e agora o professor destinado nem sequer aparece porque o Ministério da Educação não consegue colocar ninguém", disse Rosa Rodrigues, um dos encarregados de educação defronte à escola e sob chuva intensa. "As crianças têm direito à educação e, neste momento, não a têm", reiterou a mãe de dois alunos.
Desde há quatro semanas que 21 crianças estão privadas de professor e acompanhadas apenas apenas por uma educadora de infância que "vai ajudando no que pode". "Só se lembram do Norte na altura dos votos, e a ministra da Educação que não diga que está tudo bem porque não está", alegou Fernanda, outra mãe.
Para reforçar os seus argumentos, os pais garantem que vão mesmo fechar a escola. "Viemos aqui chamar a atenção para o nosso problema, apesar de sabermos que o senhor Cavaco Silva não tem nada a ver com isto. Se a situação se mantiver, vamos fechar a escola no início da próxima semana", ameaçou Rosa Rodrigues, revelando que o protesto contará com 21 cadeados nos portões da escola - um por cada aluno sem professor.
A EB1 de Aboim da Nóbrega situa-se num dos extremos do concelho, já na fronteira com Ponte da Barca, e os acessos são fracos, tornando a escola numa "estrutura pouco desejada pelos professores para ali leccionarem", referiram alguns dos pais.