<p>Os parques naturais da Peneda-Gerês e Montesinho têm sido palco de vários incêndios mas, esta quarta-feira, era na serra do Marão que estavam todas as atenções. E preocupações. Mais de 30 hectares de floresta desapareceram.</p>
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Os olhos de Maria Amélia, 70 anos, habitante de Ansiães, testemunharam, ontem, o esfumar de cerca de 30 hectares de repovoamento florestal que havia sido plantado na encosta sudeste do Marão, pelo Baldio de Ansiães.
O alerta de incêndio chegou aos bombeiros de Amarante por volta das 2.30 horas. Depois, à medida que os ponteiros do relógio avançavam, as chamas foram-se espalhando pela serra. As ajudas de bombeiros voluntários chegaram de toda a parte, sendo a A4-IP4 o canal por onde a frota de pirilampos acesos anunciava a pressa de impedir estragos maiores.
A meio da tarde, a governadora civil do Porto, Isabel Oneto, em conversa informal com os jornalistas, dizia que era importante desmistificar a informação que corria mais rápido que os estragos das chamas. Ou seja, o fogo até poderia ser útil, atendendo a que estava a queimar sobretudo mato que era para queimar antes do período estival, sob pena de no Verão esse mesmo mato fazer estragos mais violentos. Assim, às 16 horas, arriscava-se um total de 200 hectares de área ardida, sendo que destes "apenas 20 a 30 hectares eram de floresta".
Armindo Abreu, presidente da Câmara de Amarante, subiu a serra para dizer de sua justiça: "Tenho a certeza de que é fogo posto, lembrando que a zona é fria e húmida", atirou.
O Parque Natural de Montesinho também tem sido assolado por uma série de incêndios, nos últimos dias. Ontem, no distrito de Bragança, deflagrou um em Gebelim, Alfândega da Fé. Refira--se que a maioria dos 163 fogos florestais que deflagraram no Inverno no distrito tiveram origem em queimadas agrícolas feitas por agricultores idosos, que, devido a condições atmosféricas propícias, rapidamente perdem o controlo do fogo.
Em Viana do Castelo, o incêndio florestal que mobilizava mais meios lavrava, à hora de fecho desta edição, na serra, na freguesia de Soajo, em Arcos de Valdevez. As chamas, que lavravam junto ao Parque Nacional da Peneda--Gerês, não ameaçando habitações, eram combatidas por 30 homens, dos voluntários arcuenses, sapadores florestais e do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR.
Em Monção, um incêndio que deflagrou em área de mato e pinhal em Troviscoso, mobilizava uma dezena de bombeiros da corporação concelhia.