<p>É mais uma oportunidade de desenvolvimento para dez municípios do Vale do Côa. No âmbito do programa Provere vão ser investidos 64 milhões de euros para aproveitar recursos, gerar riqueza e criar emprego.</p>
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O Provere é um Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, de âmbito nacional, que se destina a apoiar o desenvolvimento e dinamização de regiões mais pobres. As versões regionalizadas começaram ontem a ser apresentadas.
Em Vila Nova de Foz Côa foi dada a conhecer a estratégia de eficiência colectiva para uma área que abrange os municípios de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Torre de Moncorvo (distrito de Bragança), e Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
A Associação de Municípios do Vale do Côa apresentou aquela região como uma das "mais pobres do país", a precisar urgentemente de um meio de se desenvolver. "Semi-abandonada, muito envelhecida, com baixas qualificações e poucas oportunidades de emprego", resumiu o presidente da associação e autarca fozcoense, Emílio Mesquita. Contudo, considerou que o Provere será uma "grande ajuda" para uma zona que tem "características únicas no mundo".
Não admira que a estratégia de desenvolvimento assente no binómio Turismo/Património, com epicentro no Parque Arqueológico do Vale do Côa - que guarda as gravuras rupestres que a Unesco classificou com Património Mundial há mais de 10 anos - e no Museu de Arte e Arqueologia do Côa, que deverá abrir em breve. Isto sem descurar toda a diversidade de oportunidades que rodeiam aqueles espaços, desde o património natural ao rural, passando pelo monumental e pelas tradições culturais, e sem esquecer que entre os 10 concelhos há alguns que também pertencem ao Alto Douro Vinhateiro Património Mundial.
Ora, como estes dois potenciais devem ser complementares e não concorrentes, Ricardo Magalhães, chefe da Missão do Douro, entende que um dos desafios dos agentes da região é "casar o Côa com o Douro e depois abri-los ao mundo". O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, que presidiu à sessão de ontem, está confiante. Acredita que o Provere do Vale do Côa "tem condições para promover a competitividade do território e criar empregos duradouros".
A Estratégia de Eficiência Colectiva vai ser desenvolvida por um consórcio constituído por 66 parceiros públicos e privados. O investimento esperado ronda 64 milhões de euros. Mais de 80% das intenções foram apresentadas por agentes privados. A maior fatia, cerca de 41,5 milhões, vai ser destinada à criação de estruturas de hotelaria e turismo em espaço rural, pois sem oferta para pernoitar dificilmente os turistas permanecerão na região. Os projectos terão de estar concluídos até 2012.