O concelho de Paredes possui neste momento uma taxa de cobertura dos serviços de água de 85% e a abrangência do saneamento é de 60%. Há dois anos foi resgatada a concessão a uma empresa privada em funcionamento desde 2002.
Corpo do artigo
O tempo é de “recuperar atrasos” e o objetivo, segundo o presidente da Câmara Municipal, Alexandre Almeida, é que o serviço “chegue de forma universal aos munícipes”.
São necessárias novas infraestruturas ou obras para melhorar o serviço?
Sim, sem dúvida. Está a ser feito um esforço para a construção de novas redes para disponibilizar os serviços à população. Nesse âmbito, estamos atentos aos avisos para a obtenção de fundos comunitários que permitam a candidatura de novas extensões de redes e, assim, atingirmos mais rapidamente a universalidade do serviço. Paralelamente, há outras ferramentas e meios aos quais estamos atentos e que, em breve, iremos adquirir. É o caso de meios próprios para a manutenção e gestão do sistema de saneamento, através de um camião pesado de desobstrução. Acrescento a renovação da telegestão nos sistemas de produção e distribuição de água, e de recolha e tratamento do saneamento.
Qual o investimento necessário?
O investimento será muito avultado, na ordem dos 50 milhões de euros. Como tal, o município irá fazê-lo de forma gradual nos próximos anos.
Que outros desafios se colocam para o futuro?
Além do que já descrevi, relevo para o futuro - que deverá ser no curto prazo - os seguintes pontos-chave: a eficiência do sistema público de abastecimento de água, que inclui a redução de perdas e furtos de água; a redução de afluências indevidas ao sistema de saneamento; e a promoção dos serviços junto da população e a sua consciencialização de que uma correta utilização promove a redução de custos e de meios e a preservação do ambiente.
Como é feita essa consciencialização?
Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Paredes, em coordenação com o município, promovem ações junto das escolas do concelho para as populações mais jovens. Em todas as abordagens comerciais para a ligação dos imóveis aos serviços, as equipas fiscalizam as condições de ligação por forma a preservar futuros impactos no meio hídrico e sensibilizam os novos utilizadores dos serviços a manterem a correta utilização dos mesmos.
Perde-se muito água no concelho de Paredes?
O sistema de abastecimento de água dos SMAS de Paredes terminou o ano de 2023 com uma percentagem de perdas no sistema de 27,5%.
O que está a ser feito para as minimizar?
Os SMAS de Paredes são uma entidade gestora recente, com vários desafios organizacionais. Com o resgate da concessão, houve necessidade de realocar recursos e meios para determinadas atividades em detrimento de outras. Contudo, é objetivo restabelecer um plano de controlo ativo de fugas. Para isso, estamos a orientar o serviço para acomodar uma equipa dedicada para o efeito.
E a seguir?
De seguida, e entre as grandes linhas de orientação que se pretendem concretizar, vai ser dada continuidade ao plano de substituição de contadores nas instalações dos nossos utilizadores. Queremos minimizar erros de leituras e implementar a renovação do sistema de telegestão para uma correta monitorização das instalações de abastecimento de água, rápida atuação das equipas em situações de anomalia e evitar perdas em consequência dessas mesmas anomalias.
Para o Município de Paredes é vantajoso integrar o sistema da Águas do Douro e Paiva, que está a celebrar 30 anos de existência?
Sim, sem dúvida, é vantajoso. Com esta integração, a população de Paredes passou a usufruir de água com qualidade e em quantidade largamente suficiente para as suas necessidades. Até à adesão, a situação era precária e com controlo deficitário. Havia sistemas de captações subterrâneas e algumas superficiais, como ocorriam no início deste século no rio Ferreira. A qualidade da água não era aquela que temos hoje em dia. Atualmente a água adquirida à Águas do Douro e Paiva representa 66% de toda a água distribuída no concelho de Paredes.