<p>Corpo de Deus e santos populares, a semana, em especial na região do Minho, vai ser de muitas festas e romarias. A começar já hoje, véspera de Corpo de Deus, a vila de Ponte de Lima acolhe uma das mais emblemáticas tradições do concelho e, quiçá, de todo o Alto Minho: a corrida da Vaca das Cordas. </p>
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Apesar do nome, o ancestral costume, em que o sagrado e o profano se cruzam, traduz-se numa espécie de tourada ao ar livre, pelas ruas da vila e areal do rio Lima, espaço este onde se desenvolve a verdadeira corrida, "com um pouco de tudo, de pegas de caras a trambolhões", assinala Aníbal Varela, um dos responsáveis pela corrida. Como manda a tradição, o animal - com cerca de 400 quilos e comprado em Montemor-o-Velho, por 2000 euros - deverá sair para a rua a partir das 18 horas "e dar muita luta. A intenção é mesmo essa".
O anoitecer assinala o fim da corrida, recolhendo o animal à Casa do Conde da Aurora, de onde saíra. Mas a festa prossegue noite dentro, nos bares e espaços de animação da vila.
Outra carismática realização que tem o Alto Minho por palco decorre, amanhã, em Monção, prometendo arrastar milhares à fronteiriça vila: o combate entre S. Jorge e a Coca, um dragão que se apresenta como símbolo do mal. Caso a disputa venha a ser ganha pelo padroeiro, boas colheitas se avizinham, o contrário sucedendo caso o dragão vença o combate. A par da procissão (que percorrerá as principais artérias da vila a partir das 16,30 horas), o combate, no Campo do Souto, constitui o momento maior das festas, que se realizam em conjunto com a Feira do Alvarinho (até domingo).
As festas concelhias de S. António, em Vila Verde, começam hoje e vão decorrer até domingo. Este ano, Mickael Carreira e os Buraka Som Sistema são cabeças de cartaz, por entre um programa onde não faltam o folclore, as rusgas, a procissão, a corrida de cavalos, a fogueira de Santo António, os grupos e bandas locais e até um Torneio Internacional de Futebol. São esperadas entre 75 a 80 mil pessoas nos cinco dias de festas.
As festas envolvem a população local e de concelhos limítrofes: "É um evento de todos e para todos, que se insere na estratégia mobilizadora do Município de Vila Verde, no sentido de atrair todas as faixas etárias e envolvê-las na dinâmica local", sustenta o presidente em exercício, António Vilela que vinca: "Não deixamos de fora a ruralidade, as parcerias, as tradições e a inovação".
A participação da maioria das associações culturais, recreativas e desportivas do município, assim como de todos os ranchos/grupos folclóricos da área geográfica do concelho, das crianças e jovens de todos os estabelecimentos escolares dos diversos níveis de ensino, num total aproximado de 10 mil crianças e jovens das 58 freguesias e de diversos organismos públicos e privados tornam as festividades um evento concelhio de todos e para todos.
Em paralelo, terão lugar as grandes manifestações, centradas no palco principal: espectáculos musicais, marchas populares e o festival internacional de folclore. A Praça de Stº António concentra, ainda, todas as manifestações populares, tais como os jogos populares, o festival folclórico, as rusgas, os cantares ao desafio, as fogueiras de Stº António e o fogo-de-artifício.
E enquanto uns se despedem do S. Pedro, em cidades como a de Braga, dão-se as boas-vindas ao S. João. No sábado, começam os festejos, com uma mostra de cabeçudos e gigantones que, no domingo, às 16 horas, vão desfilar pelo centro da cidade. Estão previstos 31 grupos e cerca de 800 figurantes.