<p>As 11 freguesias de Ponte de Lima abrangidas pelo traçado Nascente da ligação Porto/Valença do TGV vão apresentar, dentro de dias, uma contestação conjunta às entidades competentes contra o troço previsto, que consideram ser "extremamente lesivo" para aquelas localidades e para o próprio concelho.</p>
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Segundo as freguesias de Anais, Arca, Brandara, Calheiros, Cepões, Fornelos, Labruja, Queijada, Rebordões de Souto, Refoios do Lima e Ribeira, em causa está a qualidade de vida da população e a paisagem concelhia, que serão "drasticamente afectadas" caso vingue a proposta do traçado Nascente (a alternativa A). A propósito, refira-se que o concelho limiano é o único município (da ligação Porto/Valença) a ser atravessado por dois espaços canais.
O protesto saiu de encontro realizado no mês passado, em Brandara, encontro esse participado pelos autarcas das 11 localidades, que aprovaram já o documento tanto em sede de Junta como de Assembleia de Freguesia, decorrendo, agora, a recolha de assinaturas nas diferentes localidades, para posterior envio às entidades competentes.
Os autarcas vão mesmo ao ponto de dizer que o traçado proposto pela Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) "vai retalhar as freguesias, com especial incidência nas que foram já divididas pela passagem da A3 (Porto-Valença) e da A27 (Viana do Castelo-Ponte de Lima), o que impedirá o seu crescimento e desenvolvimento sustentável".
Para o autarca de Ribeira, Aníbal Amorim, segundo o qual os traçados propostos para o concelho "mais não são que dois presentes envenenados", a medida assumida pelos presidentes das 11 juntas foi tomada por unanimidade, uma vez que em causa estão as freguesias mais populosas do concelho, "onde a qualidade de vida poderá vir a ser drasticamente afectada". Afiançando que o encontro realizado no concelho com responsáveis da RAVE "não serviu para afastar as preocupações das populações", adiantou que outras iniciativas podem vir a ser equacionadas. Segundo Aníbal Amorim, o traçado proposto "dista menos de um quilómetro da vila de Ponte de Lima, o que é inconcebível".